Governo quer que indústria e shopping liguem gerador em horário de pico
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse neste domingo (1º) que o governo quer que indústrias capazes de produzir sua própria energia e estabelecimentos como shopping centers acionem seus equipamentos de geração durante o horário de pico de consumo para dar suporte ao sistema elétrico.
"Temos que mudar a forma de manejar e administrar a energia de reserva que o Brasil tem para atender e passar às pontas de carga. É esse o trabalho que estamos fazendo agora", disse o ministro, pouco antes da eleição para a presidência do Senado.
"Acabei de me reunir com o setor privado e reguladores para tomar uma série de medidas que estão sendo encaminhadas", afirmou Braga, ao acrescentar que a presidente Dilma Rousseff já aprovou algumas delas e outras serão analisadas numa reunião no próximo dia 12.
"Vamos tomar ações juntos aos produtores independentes de energia, como é o caso de shopping centers e algumas indústrias, para que possamos acionar esses equipamentos no período de ponta de carga e passar este momento crítico com maior tranquilidade", afirmou Braga.
De acordo com o ministro, o país passa por crise hídrica, que pressiona o setor elétrico, mas não existe crise energética.
"O nosso desafio é mitigar a crise hídrica para não gerar uma crise energética."
A reunião do próximo dia 12, de acordo com Braga, será com a presidente e com a presença de representantes de todos os órgãos governamentais do setor.
CUSTO
Após o anúncio do ministro, a diretoria da Alshop, associação que representa 107 mil lojistas de 802 shoppings do país, decidiu marcar reunião.
"Vamos ver a melhor forma de evitar prejuízo para os lojistas", disse Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
A fim de diluir o custo com o acionamento de geradores (que usam combustível, mais caro), uma alternativa poderia ser abrir os shoppings uma hora mais tarde.
A Folha não conseguiu contato com a Abrasce, que representa os shoppings.
APAGÃO E DEUS
Na tarde do dia 19 de janeiro, 11 Estados e o DF foram atingidos por um apagão, motivado por um pico de consumo e por falha no sistema de transmissão de energia.
Na mesma semana, depois de afirmar que "Deus é brasileiro" e que não haveria risco de faltar energia, Braga admitiu a possibilidade de racionamento, se o nível dos reservatórios das hidrelétricas caísse para 10% –percentual esse que, segundo especialistas, paralisaria as turbinas.
Segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível dos reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste –tida como a "caixa-d'água" do sistema– caiu para 16,79% no sábado (31), dado mais recente disponível.
Para complicar a situação, as chuvas que cairão nas nascentes dos rios da região neste mês, de acordo com o ONS, deverão ser apenas 52% da média do período.
Colaborou JULIO WIZIACK, de São Paulo
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 18/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,02% | 124.196 | (17h38) |
Dolar Com. | +0,15% | R$ 5,2507 | (17h00) |
Euro | +0,23% | R$ 5,5983 | (17h31) |