Governo afirma que pode refinanciar dívida de caminhoneiros
Preocupado com o impacto econômico e político do bloqueio de estradas brasileiras por caminhoneiros, o governo está disposto a sancionar a lei que atende interesses da categoria e a refinanciar dívidas de motoristas de transporte pesado.
Segundo a Folha apurou, a ordem da presidente da República é resolver o impasse o mais rápido possível.
O governo, porém, teve dificuldades nos últimos dias para resolver o problema porque não conseguia identificar líderes que respondessem por todo o conjunto de manifestantes.
Nos bastidores, integrantes do Executivo afirmavam nesta terça-feira (24) que empresas ligadas ao setor estavam por trás de algumas das barricadas em diferentes Estados do país, mas não identificaram quais. Não está descartada uma investigação para apurar o caso.
Para tentar dar um fim ao bloqueio de estradas, o ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, responsável pelo diálogo com movimentos sociais, coordenará uma reunião entre representantes de caminhoneiros e do setor empresarial nesta quarta (25).
O governo apresentará propostas sobre a prorrogação de linhas do programa de crédito do BNDES chamado ProCaminhoneiro –que já está sob análise– e a regulamentação da Lei dos Caminhoneiros, já aprovada pelo Congresso.
A diminuição do preço do diesel, uma das reivindicações centrais dos motoristas, contudo, não está em discussão neste momento, afirmou o ministro.
"Estamos confiantes que com a agenda que estamos propondo [vamos criar] uma relação muito positiva, de diálogo, de solução de atendimento de reivindicações e um ambiente que permita a retomada da normalidade do nosso país", disse Rossetto.
Um dos impasses previstos é que uma das principais reivindicações dos caminhoneiros, o aumento do preço do frete, não é regulado.
As negociações sobre o valor pago pelo transporte de mercadorias variam de acordo com a oferta e a demanda.
EXPORTAÇÕES
Mais cedo nesta terça, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, afirmou que os bloqueios de estrada por parte de caminhoneiros são preocupantes, com "efeito importante sobre a atividade econômica", mas ainda é cedo para avaliar o impacto potencial sobre a balança comercial.
A Confederação Nacional da Indústria divulgou nota manifestando preocupação com o impacto do movimento. "O ato acontece em um momento difícil para o setor produtivo e torna a situação ainda mais complicada, pois gera prejuízos como perdas de produtos perecíveis, aumento do custo de transporte e interrupção de linhas de produção."
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