Dilma diz que ministro foi 'infeliz' em afirmação sobre desoneração da folha
A presidente Dilma Rousseff classificou de "infeliz" a afirmação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre a desoneração da folha de pagamentos, neste sábado (28) durante viagem ao Uruguai.
Em entrevista na sexta (27), o ministro disse que a política de desoneração da folha de pagamentos, lançada no primeiro mandato de Dilma, era "grosseira". A avaliação do ministro é que o governo gastou muito, cerca de R$ 25 bilhões, em uma política que não produziu empregos, como prometia.
Miguel Rojo/AFP | ||
Presidente Dilma Rousseff discursa durante cerimônia de inauguração do Artilleros Eolic Park, em Colônia, Uruguai |
"Você aplicou um negócio que era muito grosseiro. Essa brincadeira nos custa R$ 25 bilhões por ano, e estudos mostram que ela não tem criado nem protegido empregos", afirmou o ministro da Fazenda.
Em rápida entrevista a jornalistas neste sábado (28), no Uruguai, a presidente saiu em defesa do programa, que reduziu o imposto que as emprsas pagam sobre a folha de pagamentos em 56 setores.
"Eu acredito que a desoneração da folha foi importantíssima e continua sendo. Se não fosse importante, nós tínhamos eliminado ou simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo", afirmou a presidente.
"O fato é que o ministro e todos os setores estão comprometidos com uma melhoria das condições fiscais do país", acrescentou Dilma.
A presidente afirmou que a desoneração da folha de pagamentos é uma realidade. "O que fizemos foi um reajuste nas condições", disse.
"[A desoneração] será sempre um instrumento, que não é pura e simplesmente de ajuste fiscal. É um instrumento que em certas conjunturas temos que reajustar, ou para cima ou para baixo. Agora foi para cima", afirmou.
Ao ser questionada se isso representava reconhecer um erro em sua política econômica, a presidente respondeu: "Quando a realidade muda, a gente muda".
Segundo a presidente, o país passa por dificuldades passageiras.
"Pode ter certeza de que o Brasil vai sair mais forte, até porque o Brasil tem fundamentos sólidos. Nós passamos por dificuldades conjunturais e sairemos num outro patamar, podendo continuar crescer, garantindo os empregos que criamos e a renda que conquistamos".
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