Mercado projeta alta de 0,50 ponto do juro básico, a Selic; veja como investir
O dado mais recente sobre a inflação oficial, medida pelo IPCA, mostra que a prévia do índice que apura o aumento de preços se mantém acima de 8% no acumulado em 12 meses.
Diante desse cenário, economistas preveem que o Copom (Comitê de Política Monetária) subirá novamente o juro básico do país (taxa Selic) na noite desta quarta-feira (29). A principal aposta é um aumento de 0,50 ponto percentual, que levaria a Selic para 13,25% ao ano.
Essa é justamente a estimativa de 53 entre 61 economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg. Os 8 que não acreditam em elevação de 0,50 ponto percentual apostam em aumento de 0,25 ponto percentual, para 13% ao ano.
Para Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners, a inflação alta deve fazer com que o BC faça novo aumento de juros em junho. "Mas deve ser a última alta, porque o contexto da economia nacional não permite novos aumentos, sob risco de afetar mais ainda o crescimento do Brasil", afirma.
Para a equipe de análise da Concórdia, a alta desta quarta-feira deve ser motivada também pelo impacto da desvalorização cambial sobre a inflação. Apesar disso, os analistas acreditam que o ciclo de aperto monetário do banco central se encerra nesta reunião, para não afetar mais ainda a economia brasileira. Em 2014, o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu apenas 0,1%.
INVESTIMENTOS
A queda da Selic em 2015 não é cogitada por economistas, que só veem o juro básico caindo a partir do ano que vem.
Nesse cenário, afirmam consultores em finanças pessoais, os fundos DI e os títulos públicos pós-fixados (Tesouro Selic) são uma alternativa em relação a outras aplicações de renda fixa, principalmente para o pequeno investidor.
Essas aplicações seguem a variação dos juros, diferentemente dos investimentos prefixados, em que o rendimento é predeterminado no momento da aplicação, como na maioria dos fundos de renda fixa e em outros títulos do Tesouro Nacional.
No Tesouro Selic, o rendimento é atrelado à própria taxa de juros. "Quando o juro básico sobe, o rendimento sobe. E recentemente o Tesouro ampliou a recompra dos títulos, que agora podem revendidos para o Tesouro diariamente", lembra Tharcisio Souza Santos, diretor do MBA executivo da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado).
"Esse título também tem baixa oscilação de valor e rende mais do que a poupança ou alguns fundos de renda fixa no mercado", diz.
O Tesouro IPCA com juros semestrais também é recomendado, pois sua remuneração é composta por um juro predeterminado e pelo IPCA (indicador oficial da inflação no Brasil, que vem subindo).
Vale destacar, porém, que os títulos públicos sofrem a chamada marcação a mercado, em que o valor de venda é atualizado diariamente pela diferença entre a taxa de juro do momento e a de emissão do papel.
Se a taxa do momento for maior do que a da emissão do título, isso reduz o valor de revenda, aplicado caso o investidor queira se desfazer da aplicação antes do prazo e que também afeta negativamente a rentabilidade de fundos que aplicam nesse papel. Por isso é que, em cenário de aumento de juros, a marcação a mercado prejudica, principalmente, os títulos prefixados.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
TAXAS
É preciso, no entanto, ficar atento às taxas cobradas na aplicação, que também podem corroer parte dos rendimentos. A BM&FBovespa e o Tesouro extinguiram a taxa de negociação na compra de títulos —que era de 0,1%– para reduzir os custos do investimento, cujo ganho começava a empatar com a caderneta de poupança.
Agora, para aplicar no Tesouro, há uma taxa de custódia, cobrada pela BM&FBovespa, de 0,3% ao ano, e outra cobrada pela instituição financeira escolhida pelo investidor –muitas não cobram, mas ela pode variar até 2%. Para pesquisar as taxas das instituições, há uma lista no site do Tesouro.
Vale lembrar que incide ainda na aplicação o Imposto de Renda e o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) –esse último para resgate antes de 30 dias.
Apesar de o Tesouro oferecer vantagens como o baixo custo, a praticidade e a garantia do governo, antes de escolher uma aplicação o investidor deve definir três premissas: a quantia disponível para o investimento, o objetivo e o prazo para resgatar os recursos. Assim, é mais fácil escolher a opção mais adequada.
BOLSA
O aperto monetário restringe a oferta de crédito no país e freia o crescimento econômico, o que tem reflexo negativo no desempenho financeiro das empresas, inclusive as negociadas na Bolsa. Mesmo assim, especialistas lembram que também há boas oportunidades no mercado acionário. É preciso garimpar as melhores alternativas.
"No contexto geral, o cenário é ruim para Bolsa ainda. Mas, com o aumento do dólar, algumas exportadoras podem se destacar. É importante olhar caso a caso", diz Eduardo Velho, da INVX Global Partners.
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