Supermercados puxam a maior queda do comércio em 12 anos
Com a renda das famílias em queda e os preços de produtos em alta, as vendas dos supermercados e hipermercados tiveram baixa de 1,2% nos três primeiros meses deste ano e foram as principais responsáveis pelo pior desempenho do comércio para o período em 12 anos.
O IBGE divulgou nesta quinta-feira (14) que as vendas do comércio varejista acumularam perdas de 0,8% no primeiro trimestre deste ano. É o pior desempenho desde o terceiro trimestre de 2003 (-4,4%), quando o país sofreu com as incertezas do governo Lula.
"O comportamento do início do ano de 2015 é parecido com o fim de 2014. Há arrefecimento no consumo, dado que a conjuntura econômica não é favorável, com menor crescimento da massa de renda dos trabalhadores, oferta de crédito menor, com restrição orçamentária, poder de compra menor", disse Juliana Vasconcellos, gerente do IBGE.
Avener Prado/Folhapress |
Com a renda das famílias em queda e os preços de produtos em alta, as vendas caíram 1,2% |
Isoladamente, o setor de supermercados, hipermercados, alimentos, bebidas e fumo representa quase 40% da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE. O segmento respondeu, assim por um impacto de 0,3 ponto da queda do ano.
Apesar do maior peso de supermercados, sete das dez atividades acompanhadas tiveram queda na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e igual período do ano anterior. O desempenho ruim foi, portanto, disseminado.
O fim de incentivos fiscais, como a recomposição do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), também afetou os resultados do comércio, ao lado da menor oferta de crédito.
A atividade de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, recuou 6,7% no trimestre, frente ao mesmo período do ano anterior.
A queda se deve "à retirada gradual dos incentivos à linha branca, ao lado da menor oferta de crédito", disse a gerente do IBGE.
Pelo mesmo motivo, as vendas de automóveis e motos recuaram 14,8% no ano. Outro setor com forte queda neste ano é o de combustíveis e lubrificantes (-4%), afetado, neste caso, pelo aumento dos preços da gasolina.
Poucos setores se salvaram. Um deles foi o de equipamentos e materias de escritório, informática e comunicação, que avançou 16,9% no trimestre. Por trás do resultado estão computadores com preços mais baratos, segundo o IBGE.
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