Fundo do governo de Cingapura compra fatia na Rede D'Or São Luiz
A Rede D'Or São Luiz, a maior rede de hospitais privados do país, ganhará novo sócio. O GIC, fundo do governo de Cingapura, pagará R$ 3,2 bilhões para adquirir cerca de 15% do negócio.
O anúncio, feito nesta quarta-feira (27), ocorre um mês após o fundo americano Carlyle informar o investimento de R$ 1,75 bilhão na empresa por meio de um aumento de capital – quando os sócios permanecem no negócio, mas têm sua participação diluída.
Os cingapurenses comprarão ações da família Moll, que fundou a rede na década de 70 e mantém o controle até hoje, e do banco BTG Pactual, segundo maior acionista da empresa.
Com isso, os Moll passarão a deter cerca de 61% do negócio, segundo apurou a Folha. O BTG terá pouco menos de 16%. Em seguida, virá o GIC com aproximadamente 15%. E finalmente o Carlyle com cerca de 8%.
A operação renderá ao BTG lucro de aproximadamente R$ 1 bilhão. O banco emprestou R$ 600 milhões à empresa em 2010 e, no ano passado, converteu a dívida em ações, tornando-se sócio.
As negociações para a entrada dos fundos começaram há cerca de três meses e ocorreram em paralelo, de acordo com executivos que participaram das conversas.
Foi o próprio BTG que apresentou os cingapurenses à família Moll. O GIC é sócio do banco de André Esteves desde 2010 e seguiu como acionista mesmo após a abertura de capital da instituição financeira.
Já a aproximação do Carlyle foi facilitada por Heráclito Brito, atual presidente da rede de hospitais. O executivo comandou a Qualicorp, um dos primeiros investimentos do fundo americano no Brasil.
No final do mês passado, com a decisão do Carlyle de investir na empresa, os executivos de Cingapura aceleraram as tratativas para que os dois negócios fossem concretizados em conjunto - a operação do Carlyle foi finalizada somente nesta segunda-feira (25).
Os dois fundos possuirão assentos no Conselho de Administração da Companhia, mas não terão posições executivas.
MUDANÇA NA REGRA
A entrada dos fundos no capital da Rede D'Or foi possível graças à decisão do governo de liberar a partir deste ano a entrada de capital estrangeiro em hospitais e clínicas do país – até o ano passado, isso era permitido só no caso de planos de saúde.
Fundada em 1977, a rede D'Or possui atualmente 29 hospitais (entre próprios e administrados) e 30 clínicas de oncologia nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e no Distrito Federal. O grupo tem 33 mil empregados e 85 mil médicos credenciados.
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