Ação da China para evitar pânico fracassa e Bolsas caem até 6,8%
Tyrone Siu/Reuters | ||
Operador da bolsa em Hong Kong na manhã desta quarta-feira (8) |
O mercado de ações chinês, responsável até 15% da poupança das famílias, entrou em pane nesta quarta (8) com uma forte desvalorização nos preços e a suspensão dos negócios de mais da metade dos papéis das empresas negociadas nas Bolsas de Xangai e de Shenzen.
A queda reforçou dúvidas sobre o rumo da segunda maior economia do mundo e principal destino das exportações brasileiras, fazendo o dólar fechar esta quarta (8) em alta sobre o real, para o maior valor desde março.
DÓLAR SOBE
O avanço, porém, foi amenizado pela ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos).
O documento indicou que a autoridade americana precisa ver mais sinais de fortalecimento da economia antes de elevar os juros naquele país. Hoje a taxa está entre zero e 0,25%. Inicialmente, previa-se uma elevação da taxa em junho, mas o crescimento menos vigoroso da economia americana tem adiado a decisão.
O Fed mostrou preocupação com a crise na Grécia e com a derrocada nos mercados de ações na China na ata de sua última reunião.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em R$ 3,229 na venda –o maior valor desde 30 de março, quando a moeda americana valia R$ 3,246.
Questionada durante viagem à Rússia sobre a crise na China, a presidente Dilma disse que comentaria o assunto nesta quinta (9).
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou apenas que está "acompanhando" a turbulência. Dilma e Tombini estão na cidade de Ufá, onde ocorre a cúpula do Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O presidente chinês, Xi Jinping, está presente no encontro.
BOLHA?
O pânico na China ocorre em meio à preocupação crescente dos investidores de que os preços das ações tenham atingido patamares injustificáveis, com estouro iminente de uma "bolha". O índice CSI 300, que mede os papéis mais negociados em Xangai e Shenzen, teve baixa de 6,8%, enquanto o índice geral de Xangai recuou 5,9%.
Desde 12 de junho, quando a Bolsa de Xangai atingiu seu ápice, o índice já recuou 32%, levando US$ 3,5 trilhões em valor de mercado das empresas chinesas. Em 12 meses, no entanto, ainda acumula alta de 70%.
Na China, as Bolsas suspendem os negócios quando uma ação cai 10%. De terça (7) para quarta, até 1.456 ações (de um total de 2.808) tiveram seus negócios interrompidos, segundo o "Financial Times".
Para conter a desvalorização, a China acelerou o programa de compra de ações, ampliando US$ 19 bilhões para US$ 42 bilhões o capital de um fundo de emergência.
Também suspendeu as ofertas iniciais de ações e limitou operações especulativas que apostam na queda dos preços dos ativos.
O Banco Central criou linhas adicionais para que os investidores cumpram as exigências de garantia pedidas pela Bolsa. Na semana passada, alguns bancos limitaram esse crédito, o que também abalou a Bolsa.
Para especialistas, a crise no mercado de ações chinês independe do desempenho da economia, que desacelera de forma gradual desde 2013.
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