Santander tem retração no crédito, mas aumenta lucro no 2º trimestre
Marlene Bergamo/Folhapress | ||
Fachada da agência do Banco Santander, dentro do Shopping Tatuapé, em São Paulo |
Depois da desaceleração no crédito, os bancos privados já começam a registrar retração no volume de empréstimos, especialmente para as empresas, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2015.
A contração aparece nos resultados do Bradesco e do Santander, segundo e terceiro maiores bancos privados do país. Mesmo assim, as instituições conseguiram elevar o lucro apurado, graças a uma combinação de margens maiores nos financiamentos concedidos, bom resultado das aplicações financeiras e forte controle da inadimplência e dos custos administrativos, além de receitas crescentes de serviços e tarifas.
No Bradesco, o volume de empréstimos para empresas caiu 0,4% –de R$ 321,3 bilhões para R$ 319,9 bilhões do primeiro para o segundo trimestres deste ano. Isso significa que os novos empréstimos concedidos não foram suficientes sequer para renovar o estoque antigo.
A maior retração foi do financiamento para pequenas, médias e microempresas, segmento mais sensível à recessão. O volume de crédito nesse nicho caiu 2,7%, de R$ 114,9 bilhões para R$ 111,8 bilhões nessa comparação.
O resultado só não foi pior porque houve um crescimento de 1% nos empréstimos para o consumidor pessoa física, que saltaram de R$ 142,1 bilhões para R$ 143,5 bilhões. Os destaques foram para o financiamento imobiliário e o consignado, segmentos de baixo risco de calote, que tiveram alta de 4,7% e 4,1%.
Carteira por segmento – Santander
Carteira por segmento – Bradesco
Mesmo assim, o crédito ao consumidor é menos da metade do volume destinado a empresas. Como um todo, o Bradesco terminou o segundo trimestre praticamente no mesmo ponto em que iniciou, com volume de crédito estagnado em R$ 623,4 bilhões.
"Houve uma retração grande na demanda por empréstimos. Do limite total de crédito pré-aprovado para os clientes, só 20% se transformaram em empréstimo", disse Luiz Carlos Angelotti, diretor financeiro do Bradesco.
PERÍODO DESAFIADOR
"É um período desafiador, mas essas crises vêm e vão", afirmou Luiz Trabuco, presidente do Bradesco.
Apesar da fraqueza do crédito, o Bradesco teve um lucro líquido de R$ 4,473 bilhões no segundo trimestre –18,4% mais do que no mesmo período de 2014.
O ganho foi impulsionado pelo aumento de 13,9% na chamada margem de ganho das operações que rendem juros, como os empréstimos, que passou de R$ 11,8 bilhões para R$ 13,4 bilhões. A receita com tarifas e serviços cresceu 11,8%, e os seguros, 19,3% na comparação como o segundo trimestre de 2014.
SANTANDER
No Santander, o volume total de empréstimos encolheu 1% do primeiro para o segundo trimestre (veja quadro).
As maiores retrações ocorreram nos segmentos de grandes empresas (-3,9%), financiamento a veículos e consumo (-2,3%), e pequenas e médias empresas (-0,9%) na comparação do primeiro com o segundo trimestre. A exceção foi o crédito para consumidor pessoa física feito nas agências, que cresceu 2,1%.
Mesmo assim, o lucro da subsidiária do banco espanhol alcançou R$ 1,675 bilhão –16,6% mais que no mesmo período de 2014. Parte da melhora se deve à recuperação de R$ 628 milhões em perdas com calotes.
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