Economistas preveem retração do PIB também em 2016 pela 1ª vez
Sergio Lima/Folhapress | ||
Fachada do Banco Central, em Brasília |
Economistas de instituições financeiras pioraram ainda mais suas previsões de desempenho da economia brasileira e a agora estimam recuo de 2,01% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e de 0,15% em 2016, mostrou nesta segunda-feira (17) a pesquisa Focus do Banco Central.
Na semana passada, a mediana das estimativas era de uma queda de 1,97% do PIB em 2015 e de estabilidade no ano que vem.
Os economistas também fizeram um leve ajuste na projeção de inflação em 2016, para 5,44% (ante 5,43%), mas repetiram a previsão de 9,32% para este ano, depois de 17 semanas seguidas de aumento.
Nesse contexto, os analistas passaram a projetar que os juros básicos devem fechar o ano que vem a nível mais baixo do que o previamente estimado. Segundo o Focus, a mediana das estimativas para a Selic no final de 2016 foi a 11,88%, comparado a 12% no levantamento anterior.
Para este ano, economistas não mudaram suas previsões para a política monetária, ainda esperando que a taxa básica de juros termine no atual patamar, de 14,25%.
Nos mercados de juros futuros, investidores chegaram a apostar firmemente em nova alta da Selic em setembro, diante da grave crise política que atravessa o país e do recente salto do dólar em relação ao real. Mas essas apostas perderam força e o mercado de DIs fechou a sessão passada mostrando posições majoritárias de manutenção da taxa.
Na sexta-feira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reiterou que manter a Selic no atual patamar por período "suficientemente prolongado" é necessário para garantir a convergência da inflação à meta.
PERÍODO NEGATIVO
Algumas instituições já estão revisando seu cenário para o próximo ano, à espera de um período mais negativo.
Na semana passada, o Itaú revisou sua projeção do PIB de 2016 de recuo de 0,2% para queda de 1%, enquanto o Bank of America (BofA) cortou sua estimativa de crescimento de 0,7% para retração de 0,4%.
O Focus mostra ainda que os analistas ajustaram a estimativa para a queda da produção industrial neste ano, de 5,21% para 5%, e diminuíram a projeção de crescimento em 2016, de 1,15% para apenas 1%.
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