Inflação em 12 meses sobe para 9,57%, apesar de alta menor dos alimentos
Eduardo Knapp - 24.mar.2015/Folhapress | ||
Supermercado em São Paulo |
Com a menor pressão dos alimentos e passagens aéreas, a prévia da inflação oficial desacelerou em agosto, mas não o suficiente para evitar que o acumulado em 12 meses subisse a 9,57%.
O IPCA-15 ficou em 0,43% neste mês, desacelerando frente a julho (0,59%) e, pela primeira vez em 2015, abaixo de 0,50%, divulgou o IBGE nesta sexta-feira (21).
A taxa não surpreendeu o mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam o IPCA-15 em 0,43% para o mês e de 9,57% para os 12 meses.
A taxa de 12 meses é a maior desde dezembro de 2003 (9,86%) e está bem acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), de 6,5% -o centro da meta é de 4,5%.
O índice acumulado em 12 meses continuou subindo porque a taxa mensal de agosto ficou bem acima do mesmo mês de 2014 (0,14%). Foi a maior taxa para o mês desde 2004 (0,79%).
Um dos responsáveis pelo patamar alto em agosto foi a energia elétrica, que avançou 2,6%. Esse avanço foi resultado do reajuste da tarifa de energia em distribuidoras em São Paulo e Curitiba.
Segundo Myriã Bast, economista do Bradesco, o IPCA fechado de agosto vai desacelerar mais, para 0,20%. Mesmo assim, a taxa de 12 meses deve ficar perto de 9,50%. A taxa tende a ser a maior do ano e depois vai começar a desacelerar.
"Os preços dos alimentos estão cedendo. Agosto será o pico da taxa em 12 meses. Depois, vamos começar a ver alguma desaceleração. A queda mais forte será vista no início de 2016", disse Myriã.
O grupo de transporte, com baixa de 0,46%, foi um dos principais responsáveis pelo recuo do índice em agosto. O motivo foi a queda das passagens aéreas, que tiveram queda de preço de 25,06%.
Outra influência positiva para a desaceleração do índice veio do grupo de alimentação e bebidas, que teve alta de 0,45% no mês, inferior aos 0,64% de julho.
Entre os alimentos que ficaram mais baratos estão batata-inglesa (-9,51%), açaí (-8,51%), tomate (-6,67%), feijão-preto (-4,30%), feijão-fradinho (-4,26%) e também óleo de soja (-1,14%).
SERVIÇOS
Apesar da economia em recessão e forte aumento dos juros, os preços dos serviços seguem resistentes, contrariando a expectativa dos economistas do mercado.
Em 12 meses, até agosto, eles subiram 8,02%, puxados por empregado doméstico (0,54%), serviço bancário (2,14%) e educação (0,78%), neste, especialmente, em cursos semestrais.
"O setor tem segmentos, como de plano de saúde, com inércia inflacionária. A inflação passada é lançada no reajuste do contrato e por isso demora a cair", disse Luis Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil.
Para ele, o preço dos serviços deve convergir para uma taxa próxima do centro da meta de inflação, de 4,5% ao ano, apenas em 2017.
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