Produção de automóveis sobe em julho com "volta ao trabalho"
Após uma forte queda com a paralisação de fábricas em junho, a produção de automóveis e de eletrodomésticos teve uma "volta ao trabalho" no início do segundo semestre deste ano, informou o IBGE nesta quarta-feira (2).
A produção de veículos automotores cresceu 1,4% em julho na comparação ao mês anterior. Já o grupo de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, que engloba a linha branca, aumentou 1,5%.
"Houve uma volta ao trabalho em julho, após as paralisações das fábricas de automóveis e eletrodomésticos em junho. Junho foi um mês bem caracterizado por férias coletivas. E com a base de comparação deprimida, há o crescimento", disse Macedo
Com o avanço das duas atividades no mês, a categoria de bens duráveis teve um crescimento de 9,6% na passagem de junho para julho, expansão que não era vista desde setembro do ano passado (10,4%). Foi a única categoria a avançar no mês.
Macedo destacou que o avanço não elimina a perda do grupo mês anterior (-10%) e nem tira a queda acumulada dos bens duráveis. De outubro do ano passado a junho deste ano, bens de consumo duráveis teve nove meses de queda, totalizando uma baixa na produção de 25,2%.
"Outras estatísticas que mensuram bens de consumo duráveis continuam mostrando estoques elevados para automóveis e eletrodomésticos", disse Macedo, sinalizando que o setor segue abalado.
Na comparação frente ao mesmo mês de 2014, o momento ruim das duas atividades fica nítido: a produção de veículos automotores teve queda de 19,1% e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos tombou 34,8%.
As duas atividades são abaladas pelo crédito mais restrito e a perda de renda das famílias brasileiras, com a inflação em alta e a piora do mercado de trabalho.
MÁQUIINAS
Outro setor com taxa positiva no mês foi o de máquinas e equipamentos, com alta de 6,5% na comparação a junho deste ano. Frente ao mesmo mês do ano, porém a queda do setor é de 15,1%.
"É um efeito pontual de bens de capital feito sob encomendas, o que teve um reflexo positivo nesse agrupamento", explicou Macedo.
Apesar do resultado, a categoria de bens de capital –importantes porque sinalizam os investimentos na economia– recuaram 1,9% frente a junho e 27,8% frente ao mesmo mês do ano passado.
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