SABMiller vai dobrar cortes de custos, em batalha da cerveja contra AB InBev
Siphiwe Sibeko/Reuters | ||
SABMiller rejeita oferta de compra da AB InBev, afirma agência |
A SABMiller, alvo de uma tentativa de tomada de controle acionário de US$ 65 bilhões pela rival AB InBev, prometeu que dobraria suas medias de corte de custos, enquanto a batalha de controle acionário entre as duas maiores fabricantes mundiais de cerveja se intensifica.
Na sexta-feira (9), a fabricante das cervejas Grolsch, Peroni e Miller Lite, que tem ações cotadas na bolsa de Londres, expandiu o programa de corte de custos anunciado inicialmente em maio de 2014, com o objetivo de reduzir gastos em "pelo menos" US$ 1,05 bilhão ao ano até 2020. Originalmente, a meta de corte de custos era de US$ 500 milhões ao ano até 31 de março de 2018.
O corte duplicado acontecerá sobre uma base de custos de US$ 10 bilhões ao ano, e o grupo incorrerá em despesas extraordinárias de US$ 26 milhões para realizá-lo.
GUERRA DA CERVEJA - Divisão do mercado da cerveja, em %
Alan Clark, presidente-executivo da SABMiller, disse que uma organização mais enxuta ajudaria a acelerar as vendas.
"Já somos uma empresa altamente eficiente", ele disse. "Outra plataforma importante de nossa estratégia é criar uma organização mundial integrada, o que liberaria nossos mercados para que se concentrem no que fazem melhor —ampliar a receita junto aos consumidores e compradores locais".
As declarações dele enfatizam os dois lados do argumento na batalha pelo controle acionário da SABMiller: o histórico de crescimento da empresa versus a lucratividade superior da AB InBev.
A SABMiller é encarada pela maioria dos analistas como dotada do melhor potencial de crescimento entre os fabricantes mundiais de cerveja, porque opera principalmente em mercados emergentes de rápido crescimento, como a África.
Mas a AB InBev pode aproveitar o legado de suas raízes no setor de capital privado para gerar as margens de lucros mais altas do setor —graças em grande parte às sinergias oferecidas por aquisições e a medidas de cortes de custos, bem como ao crescimento orgânico.
As margens de lucro da AB InBev foram de 39,7% no ano passado, com base na receita anterior a impostos, juros, depreciação e amortização, ante 34,2% para a SABMiller, de acordo com a Bernstein Research.
Mas na sexta-feira, em um documento de 30 páginas que na prática servia como defesa contra a tomada de controle, a SABMiller tentou argumentar que suas margens eram mais próximas às da AB InBev do que se supunha —e que a diferença se devia a "priorizar o investimento em crescimento".
A companhia afirmou que suas margens de lucro anteriores aos impostos, juros, depreciação e amortização são de 38% nos 20 países em que administra suas operações diretamente —ainda que esse número se aplique apenas à cerveja e não aos refrigerantes, um setor de margens mais baixas.
Para persuadir os acionistas quanto aos méritos de seus respectivos argumentos, Clark e Carlos Brito, o presidente-executivo da AB InBev, fizeram diversas visitas a investidores esta semana.
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Brito viajou a Londres esta semana para anunciar a oferta de £ 42,15 por ação que o grupo belgo-brasileiro pagaria em dinheiro, bem como uma alternativa com pagamento parcial em ações concebida para atrair os dois principais acionistas da SABMiller.
A oferta foi rapidamente rejeitada pelo conselho da SABMiller como "uma substancial subestimativa" das perspectivas do grupo. Mas foi aprovada pela maior acionista da empresa, a Altria, fabricante da marca de cigarros Marlboro nos Estados Unidos.
Com apenas três dias úteis restando antes do final do prazo para uma oferta formal, sob as normas do Reino Unido para tomadas de controle acionário, agora a AB InBev está sob pressão para que eleve sua oferta ou convença a família Santo Domingo, da Colômbia, a segunda maior acionista da SABMiller, quanto aos méritos da proposta existente.
Sem o apoio da BevCo, a companhia que administra os investimentos da família Santo Domingo, a AB InBev não teria como financiar sua oferta, que depende de os dois maiores acionistas optarem pelo pagamento parcial em ações.
A oferta com pagamento em ações financia a oferta com pagamento em dinheiro, mais alta, porque seu valor é substancialmente inferior. A AB InBev desenvolveu a alternativa de pagamento parcial em ações para atrair os dois maiores acionistas da SABMiller, que enfrentariam uma conta salgada de impostos sobre ganhos de capital se recebessem pagamento em dinheiro.
A BevCo até o momento está alinhada com o conselho da SABMiller na rejeição à oferta.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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