Juros no rotativo do cartão de crédito chegam a 414,3% ao ano
Os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito chegaram a 414,3% ao ano em setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Banco Central. É o maior percentual desde o início da série histórica, em março de 2011. Esta é a modalidade mais cara das disponíveis para consumo no mercado.
Por conta da disparada das taxas nessa modalidade, o BC alertou aos consumidores sobre os custos no rotativo. "O uso desses recursos deve ser feito com muita cautela, por um período curto, porque a manutenção disso tem um custo muito alto para o tomador", disse Tulio Maciel, chefe do departamento econômico do BC.
O rotativo é acionado quando o usuário do cartão de crédito não paga na íntegra a fatura de um determinado mês. Os juros incidem na diferença entre o que foi pago e o valor total cobrado. Nas estimativas da autoridade monetária, o uso do rotativo durante um ano pode quintuplicar a dívida total.
Os juros do cheque especial também subiram. A taxa média dessa modalidade chegou em setembro a 263,7% ao ano, maior valor desde o mesmo mês de 1995, quando estava em 271,5% ao ano.
As taxas cobradas para as linhas de crédito voltadas ao consumo, chamado pelo BC de crédito livre pessoa física, chegaram a 62,3% no mês, o maior valor da série histórica iniciada em março de 2011.
O dado de inadimplência para pessoas físicas apresentou nova elevação e chegou a 5,7% em setembro, maior índice desde o mesmo mês do ano passado. Em agosto, foi de 5,6%.
O indicador de calote das empresas apresentou pequena retração, passando de 4,2% em agosto para 4,1% no mês passado. Em setembro de 2014, esse índice era de 3,5%.
PIB
O estoque total de crédito avançou 0,8% em setembro ante agosto, com R$ 3,16 trilhões. Em 12 meses, a expansão acumula alta de 9,1%.
Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o saldo estabeleceu um novo recorde da série histórica, iniciada em março de 2007, atingindo 55%. Em setembro do ano passado essa proporção era de 53,3%
O crédito livre cresce a uma taxa de 4,9% em 12 meses. As operações com juros e direcionamento controlados pelo governo, que incluem BNDES e crédito imobiliário, cresceram 13,8% na mesma base de comparação. O crédito para as empresas havia avançado 14,7% em agosto.
As concessões de crédito para aquisição de veículos caíram 2,9% frente ao mês anterior, mas no ano a retração nessa linha de financiamento já chega a 11,9%.
A liberação de novos financiamentos para a compra de imóveis também apresentou queda, segundo o BC. No mês, houve um recuo na contratação de 4,4% para essa modalidade. No acumulado de 2015, a retração já é de 12,6%.
GREVE
A greve dos bancários neste mês pode ter gerado algum impacto no mercado de crédito. O BC ainda não tem estatísticas sobre a paralisação das atividades bancárias no período, mas pelas experiências anteriores, é possível que modalidades de crédito que precisam ser tomadas com atendimento presencial sejam impactadas.
Contudo, ainda segundo o BC, esse movimento historicamente é seguido de uma recuperação posterior no período seguinte.
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