Rodovias ruins desperdiçam 13 vezes mais, aponta pesquisa
Sérgio Lima - 22.jan.2015/Folhapress | ||
Obras de duplicação na BR 050 em Goiás |
Rodovias em péssimo estado de conservação causam um desperdício de recursos no transporte em média 13 vezes maior que o das rodovias que estão em excelente qualidade.
É o que aponta pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) que comparou o aumento de custos para o transportador pela qualidade da via.
O trabalho comparou dez rodovias que apareceram com mais frequência entre as 10 melhores da pesquisa com outras que apareceram em grande quantidade de vezes na lista das 10 piores.
O aumento de custos operacionais nas vias consideradas boas gira em torno de 3% para o transportador. Esses custos são os que não existiriam se a rodovias fossem perfeitas, entre eles manutenção não preventiva, gasto com queima de combustível em engarrafamento ou perda de mercadoria, por exemplo.
Avaliação das rodovias brasileiras em 2015 - Em %
Nas 10 piores, o trabalho mostrou que esse número alcança 40%, ou seja, 13 vezes mais.
Segundo Batista, esse aumento de custo nas rodovias ruins é muito superior ao da média do país, que já é alto, de 26%.
Segundo o levantamento, seriam necessários obras estimadas em R$ 5 bilhões para que esses 10 piores trechos, alguns apareceram pela 8ª vez na pesquisa, como Belém (PA)-Guaraí (TO), fiquem adequados.
"A preocupação é que há trechos de rodovias no Brasil que não melhora nunca", disse Batista.
PERDA
Os cálculos da CNT apontam para perdas superiores a R$ 60 bilhões/ano do setor decorrente da má qualidade das rodovias brasileiras.
São R$ 47 bilhões/ano em gastos excedentes pela má qualidade do pavimento, outros R$ 12 bilhões com acidentes (que somaram 167 mil em 2014) e mais R$ 2 bilhões com queima de combustível desnecessária.
Segundo Bruno Batista, com a soma desses valores seria possível em seis anos obter os R$ 294 bilhões necessários para tornar todas as rodovias pavimentadas brasileiras ótimas ou boas.
A preocupação da entidade é que o ritmo de concessões do país caiu em 2014 e também o dos gastos federais nas obras das rodovias não concedidas.
Segundo Batista, o valor por km gasto pelo governo em 2014 foi de R$ 165 mil, abaixo dos R$ 250 mil recomendados pelo próprio DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), responsável pelas estradas federais.
Ele explicou que a melhoria apresentada este ano na pesquisa se deu basicamente pelo maior investimento em sinalização e com os trechos privatizados em 2013 que começaram a ter melhorias pelo investimento privado (que gasta em média R$ 455 mil/km em ampliação e manutenção).
Segundo o coordenador, há preocupação com o futuro porque será necessário melhorar o pavimento e geometria das vias, que em geral estão com mais de 40 anos de uso, para que a qualidade geral melhore, num cenário de corte de gastos.
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