Omnicom compra Grupo ABC, de Nizan Guanaes, por cerca de R$ 1 bi
Bruno Poletti/Folhapress | ||
Publicitário Nizan Guanaes |
O publicitário Nizan Guanaes vendeu o controle do Grupo ABC para os americanos da Omnicom por cerca de R$ 1 bilhão. É o maior negócio do mercado de propaganda no país desde que teve início o movimento de internacionalização das agências, há quase três décadas.
A Folha apurou que a transação foi fechada nesta sexta (20) e será anunciada na segunda (23). Pelo contrato, nada muda na gestão do grupo ABC. Nizan Guanaes e Guga Valente continuarão no comando da operação.
Duas outras agências disputaram o ABC. Uma delas foi a britânica WPP que, ainda segundo apurou a reportagem, chegou a oferecer um pouco mais. No entanto, Nizan Guanaes preferiu a Omnicom, que já é sócia minoritária no ABC e em outras empresas do grupo.
A ideia inicial do ABC era abrir o capital na Bolsa brasileira, mas o momento econômico desfavorável acabou mudando os planos. A venda foi uma forma de acelerar o processo de capitalização em um momento de consolidação dos principais conglomerados de propaganda.
O grupo ABC tem como sócios, além de Guanaes e Valente, o fundo Kinea e o grupo Icatu. Controla as agências África, Loducca, DM9, CDN, entre outras empresas.
CONSOLIDAÇÃO
A venda do controle do ABC para a Omnicom é o último grande negócio do setor e encerra um ciclo no país.
O Brasil sempre atraiu agências de fora, que aqui se instalaram acompanhando a chegada de empresas multinacionais. Até então, as agências brasileiras dominavam o mercado, principalmente as contas de governo.
A MPM, que liderava o mercado naquela época, foi comprada em 1991 pelo grupo indiano Lintas, que depois virou Mullen Lowe Lintas e cujo controle foi vendido para o Grupo Interpublic, um dos quatro maiores do mundo.
Em 2003, Nizan Guanaes relançou a MPM, que, em 2009, se fundiu com a Loducca —agência cujo controle o Grupo ABC, de Guanaes, havia adquirido um ano antes.
O jogo começou a mudar quando WPP e Omnicom passaram a realizar agressivas aquisições por todo o mundo, dando início ao processo atual de consolidação.
A francesa Publicis também se moveu nesse jogo adquirindo diversas agências no mundo. Em 2010, o grupo comprou a brasileira Talent, que, recentemente, acabou se associando à francesa Marcel, também do Publicis.
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