Dólar e juros sobem com prisão de André Esteves, do BTG; Bolsa cai
O mercado financeiro reage negativamente nesta quarta-feira (25) à notícia de que a Polícia Federal prendeu o líder do governo no Senado, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), e o presidente do banco BTG Pactual, André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato.
O dólar e os juros futuros registram forte alta, enquanto o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, perdeu mais de mil pontos. As units (conjuntos de ações) do BTG Pactual também operam com desvalorização, de mais de 20%.
Às 15h30 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 1,55%, para 3,758 na venda. Mais cedo, a moeda chegou a atingir máxima de R$ 3,806. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançava 1,48%, também para R$ 3,758, depois de ter atingido máxima de R$ 3,807.
O Banco Central deu continuidade nesta quarta-feria aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 581,6 milhões.
Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar ganha força sobre 15, nesta quarta-feira. O real é a moeda emergente que mais perde na sessão. A moeda americana também sobe em relação a cinco das dez mais importantes divisas do globo, entre elas o iene, o euro e o franco suíço.
O avanço do dólar interrompia algumas semanas de tranquilidade no mercado de câmbio, quando a moeda americana chegou a operar abaixo de R$ 3,70 embalado por aparente trégua no cenário político, que permitiu a aprovação de medidas importantes para o reequilíbrio das contas públicas brasileiras.
A cautela dos investidores reflete incertezas sobre as possíveis consequências dos novos desdobramentos da Lava Jato sobre o mercado financeiro e o processo de ajuste fiscal em curso no país. O BTG Pactual tem forte atuação como gestor e custodiante de fundos, é acionista em diversas empresas e tem grandes posições no mercado financeiro.
AÇÕES EM QUEDA
Às 15h30, o Ibovespa recuava 2,11%, para 47.265 pontos. Na véspera, o índice havia fechado aos 48.284 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 4 bilhões. O movimento ia na contramão do avanço registrado nos mercados acionários da Europa e dos Estados Unidos.
A desvalorização do Ibovespa era puxada pela queda das ações da Petrobras, em novo dia de baixa nos preços do petróleo no exterior, e pelo desempenho negativo dos bancos. A estatal via sua ação preferencial, mais negociada e sem direito a voto, recuar 5,05%, para R$ 8,07. Já o papel ordinário da companhia, com direito a voto, registrava desvalorização de 4,97%, para R$ 9,93.
No setor bancário, segmento com o maior peso dentro do Ibovespa, o Itaú Unibanco perdia 4,29%, para R$ 28,09, enquanto o Bradesco recuava 3,86%, a R$ 22,12. O Banco do Brasil mostrava baixa de 5,05%, para R$ 17,66, enquanto o Santander Brasil tinha desvalorização de 1,08%, a R$ 15,53.
Fora do índice, as units (conjuntos de ações) do banco BTG Pactual, que abriram a sessão em leilão para tentar amenizar a forte baixa, cediam 29,62%, para R$ 21,74. Mais cedo, atingiram mínima de R$ 18,86. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, tombavam 7,69%, para R$ 0,36 cada uma.
No mercado de juros futuros, os principais contratos acompanhavam o cenário de cautela e subiam na BM&FBovespa. O DI para janeiro de 2016 avançava de 14,166% para 14,170%, enquanto o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 15,510%, ante 15,240% na sessão anterior.
Com agências de notícias
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