Dólar comercial sobe para R$ 3,82 com cenário político e baixo volume
Incertezas políticas voltaram a pressionar o mercado financeiro nesta sexta-feira (27), dia marcado pelo baixo volume de negócios devido ao fechamento antecipado das Bolsas em Nova York por causa do feriado do Dia de Ações de Graças na véspera.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia em alta de 1,30%, para R$ 3,797 na venda. Na semana, houve valorização de 1,70%. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, subiu 2,05% na sessão e 2,58% na semana, para R$ 3,824.
Os investidores seguiram cautelosos após a prisão do ex-líder do governo no Senado Federal, Delcídio do Amaral (PT-MS), no âmbito da operação Lava Jato da Polícia Federal. O governo vem se mobilizando para tentar evitar que o acontecimento impeça a aprovação da nova meta fiscal, que deve ser votada em sessão do Congresso Nacional na terça-feira (1º).
O agravamento da crise política fez a presidente Dilma Rousseff cancelar nesta sexta-feira sua viagem para o Japão e ao Vietnã. A presidente vai baixar ainda nesta sexta um decreto bloqueando cerca de R$ 10 bilhões para evitar questionamentos jurídicos do TCU (Tribunal de Contas da União).
A aversão ao risco no exterior também contribuiu para a valorização do dólar na sessão. O movimento ocorreu em meio a informações de que as autoridades regulatórias da China aprofundaram investigações de supostas violações das normas financeiras por corretoras naquele país.
Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar ganhou força sobre 20, nesta sexta-feira. A moeda americana também subiu em relação a todas as dez mais importantes divisas globais nesta sessão, entre elas o iene, o euro e o franco suíço.
O Banco Central deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 587,2 milhões.
No mercado de juros futuros, os principais contratos acompanharam o cenário de tensão no câmbio e fecharam majoritariamente em alta na BM&FBovespa. O DI para janeiro de 2016 subiu de 14,153% para 14,155%, enquanto o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,910%, ante 15,620% na sessão anterior.
AÇÕES EM QUEDA
O Ibovespa tombou 2,70% no dia, para 45.872 pontos. É a menor pontuação desde 30 de outubro, quando estava em 45.868 pontos. Na semana, houve baixa de 4,71%. O volume financeiro foi de R$ 5,5 bilhões nesta sexta-feira —um pouco abaixo da média diária no mês, de R$ 6 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa.
O comportamento do Ibovespa acompanhou a baixa registrada nos mercados acionários da Ásia e da Europa nesta sexta. Nos EUA, os principais índices fecharam perto da estabilidade, em uma sessão mais curta.
As ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, perderam 5,78%, para R$ 11,08 cada um. Já as ordinárias, com direito a voto, tiveram desvalorização de 6,27%, a R$ 13,30.
A mineradora anunciou nesta sexta-feira (27) a criação de um fundo, em parceria com a BHP, para a recuperação do rio Doce, atingido pela lama que vazou após o rompimento de barragem de rejeitos da Samarco, em Mariana (MG). A companhia não informou, porém, quanto investirá no projeto.
As ações da Bradespar, que possui participação na Vale, lideraram as perdas do Ibovespa no dia, com desvalorização de 7,50%, para R$ 5,55.
Também no vermelho, as ações preferenciais da Petrobras recuaram 4,04%, para R$ 7,60, enquanto as ordinárias tiveram perda de 3,81%, a R$ 9,33. Os bancos, segmento com maior peso dentro do índice, também cederam, e ajudaram a sustentar a baixa do Ibovespa. Itaú caiu 2,65%, enquanto Bradesco recuou 3,67% e o Banco do Brasil, 3,14%.
Entre as 63 ações do Ibovespa, apenas quatro fecharam a sexta-feira no azul. A petroquímica Braskem subiu 1,14%, enquanto a empresa de energia Cesp ganhou 1,07% e as produtoras de celulose Suzano e Fibria subiram 0,63% e 0,62%, respectivamente.
Fora do Ibovespa, as units (conjuntos de ações) do banco BTG Pactual fecharam esta sessão com perda de 3,59%, para R$ 22,85. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, tombaram 1,91%, para R$ 15,89 cada uma.
Os papéis continuam sendo afetados negativamente pela prisão, na última quarta-feira (25), do presidente do BTG, André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato da Polícia Federal.
Com agências de notícias
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