Para governo federal, recessão traz risco de 'ruptura' no próximo ano
A equipe de Dilma Rousseff considera que, para o país sair da recessão que se aprofundou no terceiro trimestre, será preciso resolver a crise política. Caso contrário, a economia vai "afundar" e o governo corre o risco de enfrentar um processo de "ruptura" no primeiro semestre de 2016.
Segundo assessores presidenciais, o tombo do PIB mostra que o governo precisa virar rapidamente a página do ajuste fiscal para recuperar a confiança de empresários e consumidor.
Em paralelo, a presidente encomendou à sua equipe um conjunto de medidas focadas na agenda de retomada do crescimento para ser divulgado até o início de 2016. Os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) já discutem essas ações com o setor privado.
Para superar a crise política, o Planalto definiu que precisa encontrar uma fórmula de superar a instabilidade na base aliada. Uma iniciativa será buscar reaproximar o vice Michel Temer da equipe de articulação política.
Ontem, ele já foi convidado por Dilma para participar da reunião que discutiu a votação da mudança da meta fiscal deste ano.
A prioridade é aprovar a mudança da meta fiscal, a renovação da DRU (mecanismo que desvincula receitas da União) e projetos como o da regularização de dinheiro ilegal no exterior, além de encaminhar a votação da CPMF.
Para assessores presidenciais, se o governo não conseguir aprovar as medidas do ajuste fiscal e garantir Orçamento com superavit em 2016, haverá risco de a recessão no ano que vem ser tão forte quanto a de 2015, aumentando as pressões pelo impeachment.
Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que o desempenho do PIB veio pior do que o esperado e indica que o período de ajuste da economia se prolongou, em meio à persistência de incertezas econômicas e não econômicas, da queda dos preços das commodities e da fraca atividade econômica mundial.
A Fazenda destacou que contribuíram para a queda de 4% nos investimentos "os efeitos diretos e indiretos da redução dos investimentos da Petrobras".
A queda de 1,5% no consumo das famílias, afirma, reflete a perda do poder de compra devido à persistência da inflação.
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