Liquidações de verão mal planejadas podem afastar cliente assíduo
O ano de vendas desaquecidas deixou os empresários ainda mais ansiosos para as liquidações de verão.
Esse tipo de ação pode ajudar a queimar estoques e aumentar o fluxo de clientes, mas deve ser bem planejada para não prejudicar a imagem da empresa e afastar os consumidores assíduos.
Moacyr Lopes Junior/Folhapress | ||
Kelly Souza, gerente da Amazônia Vital, que antecipou as promoções de verão para novembro |
A Amazônia Vital, loja de roupas femininas, antecipou a promoção após queda de movimento em novembro.
A marca fez alterações em um modelo de vestido longo de outra coleção e deu desconto de mais de 50% -de R$ 150 por R$ 69,90.
A expectativa é que a peça sirva de chamariz para as clientes e permita aumentar o volume de vendas em 80%, explica Kelly Souza, 39, dona da marca.
"Queremos que a cliente entre na loja por conta daquela peça, mas acabe levando outras", diz Souza. "Por isso, na hora de planejar uma promoção, é importante se atentar não só ao item que será o carro-chefe da ação, mas a toda a linha de produtos."
SEM EXAGERO
Para Luis Henrique Stockler, da consultoria de varejo ba}STOCKLER, a escolha do produto é crucial também para não prejudicar a imagem da marca.
"Se você dá grandes descontos em itens que vendem bem o ano todo e têm preço estabelecido, pode acabar irritando o consumidor assíduo. A liquidação é para produtos sazonais", afirma.
Ele recomenda ainda planejamento de estoque, para que as peças com descontos não acabem rápido demais, e treinamento da equipe, para que saibam aproveitar o fluxo de clientes para vender outros produtos.
Segundo ele, o verão é propício para esse tipo de ação, que pode servir de chamariz para um consumidor que normalmente não frequentaria a loja ou estabelecimento.
"Na época de férias, as famílias relaxam no consumo e reservam dinheiro para diversão", afirma o consultor.
A Antix, marca de roupas femininas, investiu em cupons: dependendo da quantia gasta, a cliente recebe de 20% a 40% de desconto para serem utilizados em janeiro.
Segundo Nathalia Fernandes, 27, assistente de marketing da marca, a estratégia da ação é manter o volume de vendas no mês que costuma ser mais fraco nas lojas. "Quase 100% das nossas vendas em janeiro vêm dos vouchers", afirma Fernandes.
Para isso, a empresa investe na criação de cupons específicos para os hábitos de compra de cada cliente.
Segundo Alexandre Van Beeck, da consultoria GS&AGR, entender o desejo do consumidor é primordial.
"Não adianta dar desconto só para se livrar do estoque da peça. O produto precisa trazer valor à marca, para que o cliente volte."
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