Preço do petróleo em queda força petroleiras a cortar US$ 170 bilhões
Projetos de petróleo e gás avaliados em US$ 380 bilhões foram adiados ou cancelados desde 2014 conforme as empresas cortam custos para sobreviver à derrocada nos preços da commodity, incluindo US$ 170 bilhões em projetos planejados para entre 2016 e 2020, disse a consultoria em energia Wood Mackenzie.
Os preços do petróleo caíram 70% desde meados de 2014 para cerca de US$ 30 por barril com um excesso de produção global que deixa centenas de milhares de barris por dia sem comprador, enquanto a demanda, especialmente na Ásia, antes em alta, está visivelmente desacelerando.
As companhias de petróleo e gás estão sendo forçadas a lutar pela sobrevivência conforme os preços caem para níveis não vistos desde 2004, disse o relatório da Wood Mackenzie nesta quinta-feira.
"O impacto de preços mais baixos sobre os planos das companhias tem sido brutal. O que começou em 2014 como um corte em gastos discricionários em exploração e em projetos em pré-desenvolvimento se tornou uma cirurgia completa para cortar todos gastos não-essenciais em operações e investimentos", disse o principal analista de petróleo da Wood Mackenzie, Angus Rodger.
O relatório vem na mesma semana em que o banco Barclays afirmou que companhias de petróleo e gás em todo o globo devem cortar gastos em exploração e produção em até 20% em 2016.
A Wood Mackenzie disse que um total de 68 grandes projetos com reservas combinadas de cerca de 27 bilhões de barris de petróleo equivalente foram adiados desde 2014, com US$ 170 bilhões de cortes para o período 2016-2020.
Em termos de produção, um total de 2,9 milhões de barris por dia de produção líquida seria adiado na próxima década, mais do que produz a Venezuela, membro da Opep, disse a consultoria.
O custo de break-even médio [ponto de equilíbrio] dos novos projetos postergados é de US$ 62 por barril de petróleo equivalente, disse a Wood Mackenzie, que ressaltou que projetos em águas profundas foram os mais afetados.
Na terça-feira, a Petrobras anunciou um corte de 24,5% dos investimentos previstos para o período 2015-2019, com a companhia priorizando projetos de maior retorno e minimizando gastos em empreendimentos que pode vender.
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