Consumidor deve pagar total da fatura do cartão para fugir de juro do rotativo
Acumular dívidas pode se tornar um problema ainda pior quando o montante devido é no rotativo do cartão de crédito.
Isso porque essa é a modalidade mais cara disponível no mercado brasileiro.
Dados do Banco Central mostram que a taxa de juros do rotativo do cartão chegou a 431,4% ao ano em dezembro do ano passado.
A recomendação é que o consumidor não deve recorrer a esse tipo de crédito.
"A grande armadilha começa no uso não adequado do cartão de crédito. O usuário deve sempre pagar a fatura no total", diz Ricardo Rocha, professor do Insper.
O professor de matemática financeira José Dutra Sobrinho exemplifica o peso dessas taxas em uma fatura de R$ 1.000.
"Se a pessoa só pagar R$ 200 e ficar devendo R$ 800, no mês seguinte, a dívida já sobe para R$ 924,48."
Para Rocha, caso o usuário não possua dinheiro suficiente para quitar toda a fatura, ele deve buscar um outro tipo de financiamento.
"A dívida do cartão tem que ser paga, mesmo que para isso ele busque um financiamento consignado, que é mais barato", diz.
CONSIGNADO
O governo anunciou que pretende permitir que trabalhadores usem recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) como garantia para financiamentos consignados (com desconto em folha).
Para Dutra, a iniciativa pode ser positiva para baratear o consumo.
"Obter esse financiamento com taxas menores pode ficar mais fácil e auxiliar na quitação de dívidas altas, como as do rotativo do cartão".
Já o professor do Insper, Ricardo Rocha, alerta para o aumento da inadimplência.
"Autorizar o uso do FGTS para captar dinheiro mais fácil pode levar o consumidor que já possui dívidas a se endividar ainda mais, afirma".
CAÍ NO ROTATIVO; E AGORA?
TROQUE DE CRÉDITO
Especialistas são unânimes em afirmar que o consumidor que acumulou dívidas no cartão de crédito deve quitá-las integralmente o mais rápido possível. Uma das alternativas mais indicadas é optar pelo crédito consignado (descontado da folha de pagamento), que possui juros menores, para quitar o montante devido no cartão.
CONTROLE O USO
Conte apenas com o valor do seu salário. Comprar pensando em usar o limite do cartão de crédito ou cheque especial é contar com um recurso que não é seu, o que abre margem para o descontrole financeiro na hora de repor essa quantia
ORGANIZE-SE
Anote todos as despesas, sejam pequenas ou grandes, para não gastar mais do que ganha mensalmente; as anotações podem ser em um caderno ou no computador, desde que possam ser consultadas facilmente e atualizadas com frequência. Some todos os gastos para saber o quanto é preciso cortar para as despesas não ultrapassarem o limite do mês
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Atualizado em 17/04/2024 | Fonte: CMA | ||
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