Contas do governo federal melhoram, mas Estados e municípios têm piora
O setor público registrou superavit de R$ 27,9 bilhões em janeiro deste ano, informou nesta sexta-feira (26) o Banco Central, aumento de 33% em relação ao mesmo mês do ano passado. Houve melhora na esfera federal, mas piora nos dados dos governos regionais.
Na quinta-feira (25), o governo já havia informado que uma questão contábil faria com que o resultado na esfera federal apurado pelo BC (R$ 20,9 bilhões) ficasse bem acima do anunciado um dia antes pelo Tesouro Nacional (R$ 14,8 bilhões).
Em dezembro, o BC registrou como deficit algumas dívidas com bancos públicos que só entraram na estatística do Tesouro em janeiro. O BC estima que o resultado divulgado nesta sexta esteja cerca R$ 8 bilhões acima do apurado pelo Tesouro por conta desse fator.
Na quinta-feira, o Tesouro informou também que o resultado de janeiro estava influenciado por um fator atípico, uma arrecadação extraordinária de R$ 11 bilhões com o leilão de hidrelétricas de novembro.
O BC lembrou ainda que janeiro é um mês historicamente favorável para as contas públicas, o que explica porque o resultado voltou a ficar positivo, após oito deficits registrados entre abril e dezembro do ano passado.
Resultado primário do setor público - Em R$ bilhões
ESTADOS
O BC informou ainda que Estados e municípios fecharam o mês de janeiro com superavit de R$ 7,98 bilhões, abaixo dos R$ 10,5 bilhões do mesmo período de 2015.
"O ritmo da atividade já vem afetando as contas dos governos regionais e isso tende a continuar, a despeito do aumento de algumas alíquotas de ICMS neste início de ano", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
No ano passado, por exemplo, a receita do principal tributo dos Estados, o ICMS, teve uma queda real (descontada a inflação) de 5,5%.
DÍVIDA
Em 12 meses, o setor público registra deficit primário (sem contar as despesas com juros) de 1,75% do PIB. Somados os gastos com juros de 9,06%, o deficit total está em 10,82% do PIB.
A dívida bruta do setor público está em 67% do PIB, acima dos 66,2% de dezembro de 2015 e dos 57,2% do final de 2014.
Maciel afirmou que o resultado do mês de janeiro foi positivo e, a despeito das receitas extraordinárias, reflete redução de despesas. Disse ainda que a dívida continuará crescendo, pois o superavit previsto para o ano (R$ 30,5 bilhões) não é suficiente para estabilizar a dívida.
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