Jornais combatem bloqueador de anúncio online para usuários
O "New York Times" começou, na segunda-feira (7), a testar alternativas para conter a adoção crescente de bloqueadores de publicidade ("ad blockers") pelos usuários que acessam seu conteúdo por meio de computadores e aparelhos móveis.
São "diferentes abordagens", segundo o jornal, e se restringem a uma amostra "relativamente pequena" dos leitores, tanto assinantes como não assinantes. Numa delas, o usuário se vê diante de uma mensagem com o enunciado "As melhores coisas na vida não são grátis":
"Você tem neste momento um bloqueador de publicidade instalado [em seu browser]. A publicidade ajuda a financiar o nosso jornalismo. Para continuar a desfrutar do 'New York Times', por favor nos apoie em uma das duas seguintes maneiras."
O leitor é estimulado a fazer uma assinatura ou colocar o jornal na "lista branca" do bloqueador, ou seja, na relação de sites com anúncios autorizados. Pela nota divulgada pelo "NYT", "o objetivo é informar o usuário dos danos do bloqueio":
"Os bloqueadores não servem ao interesse de longo prazo dos consumidores. A produção de jornalismo de qualidade é cara, e a publicidade digital é um dos meios com que o 'NYT' e outros financiam as suas operações de coleta de notícias."
REAÇÃO
Embora eles não sejam novidade, o uso dos bloqueadores cresceu ao longo do último ano, principalmente depois que a Apple passou a permitir o download do software em seus smartphones, decisão que foi logo reproduzida pelo Google.
Na Alemanha, que é o país de origem do popular Adblock Plus, da empresa Eyeo, a adoção da tecnologia já alcança 42% dos usuários entre 16 e 34 anos, segundo a consultoria GlobalWebIndex –o que, por outro lado, levou às maiores reações dos fornecedores de conteúdo.
O site do tabloide alemão "Bild", do grupo Axel Springer, foi um dos primeiros e mais estritos. Passou a impedir o acesso de quem tiver bloqueador, com uma mensagem direta na tela: "Com bloqueador de publicidade ativado, você não pode mais visitar o site Bild.de".
Além dos dois citados, entre outros veículos que vêm buscando formas de conter a adoção de bloqueadores por seus usuários, com diferentes abordagens, estão o britânico "Guardian" e os americanos "Washington Post", "Forbes" e "Wired".
PROTEÇÃO
A decisão do "NYT", de iniciar um combate maior aos bloqueadores, foi precedida por críticas públicas às empresas de software de bloqueio, feitas pelo presidente-executivo da NYT Co., Mark Thompson. Há duas semanas, na Social Media Week, em Nova York, ele chegou a falar em extorsão.
Eyeo e outras "estão essencialmente praticando extorsão para permitir a veiculação dos anúncios", afirmou, referindo-se à prática dos bloqueadores de cobrar dos fornecedores de conteúdo que desejem entrar automaticamente na "lista branca".
"Isso não deveria ser permitido", prosseguiu Thompson, que chama a prática de "infame". Dias depois, o ministro britânico John Whittingdale foi além, na Oxford Media Convention, e falou em "esquema de proteção", como aquele da máfia.
Em resposta às críticas crescentes, a Eyeo publicou uma defesa das suas práticas. O argumento central é que, para acrescentá-los à sua "lista branca", chamada Acceptable Ads, anúncios aceitáveis, só cobra dos maiores fornecedores de conteúdo –os que mais ganham.
Entre eles está o Google, que admitiu há pouco mais de um mês ter cedido à cobrança. Em entrevista à revista "Advertising Age", seu vice-presidente para Publicidade, Sridhar Ramaswamy, respondeu ser "parte do programa Acceptable Ads".
Acrescentou: "Por muito tempo, o bloqueio de publicidade era pequeno, sem escala. E alguns veículos que tentaram ser agressivos, como na Alemanha, descobriram que acabavam chamando mais a atenção. Mas o que se percebe ultimamente é que se torna um fenômeno cada vez mais estabelecido".
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