Procura por título argentino chega a US$ 67 bilhões, dizem jornais
As ofertas recebidas pelo governo da Argentina pelos títulos emitidos nesta segunda-feira (18) chegam a US$ 67 bilhões, segundo a imprensa local. Os dados oficiais da operação serão divulgados na manhã desta terça.
Essa foi a primeira oferta global de dívida feita pelo país desde 2001, ano em que entrou em default.
Após fechar acordo com credores em fevereiro e passar uma lei no Congresso, o governo de Mauricio Macri planeja levantar US$ 15 bilhões para pagar os "abutres" –fundos que compraram papéis "podres" da dívida argentina e não aceitaram reestruturações nos anos 2000.
Do total dos recursos, US$ 8,5 bilhões serão destinados para pagamento desses credores, o que deve ser feito na próxima sexta-feira (22).
Os credores que receberão esse valor correspondem a 90% dos que entraram na Justiça americana contra o país.
Ainda restam US$ 3,5 bilhões em dívidas com fundos que não aceitaram as propostas argentinas.
Nesta segunda, foram ofertados quatro tipos de papéis, com vencimento em três, cinco, dez e 30 anos. O ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, espera que as taxas de juros fiquem abaixo dos 8%.
Os bancos que participam da colocação dos papéis no mercado (Deutsche Bank, HSBC Securities, JPMorgan, Santander, BBVA Francés, Citigroup e UBS) deverão ficar com comissão de 0,18%.
Pagando os abutres, o país poderá voltar ao mercado internacional de crédito, do qual estava afastado há quase dois anos por decisão do juiz americano Thomas Griesa.
Conseguir financiamento no exterior é fundamental para o projeto de investimentos em infraestrutura que Macri pretende adotar.
CRISE NO BRASIL
Nesta segunda, o presidente recebeu cerca de cem empresários em sua residência oficial, a Quinta de Olivos, para pedir injeção de recursos na economia e manutenção do nível de emprego.
Macri pediu às empresas que não elevem os preços. "Reconhecendo que a inflação é responsabilidade primária do governo e que, para isso, estamos trabalhando e reduzindo a emissão monetária drasticamente, sejam responsáveis com os preços."
A inflação chegou a 11,9% em Buenos Aires no primeiro trimestre. A meta era que não ultrapassasse 25% em 2016, mas há rumores de que o governo já desistiu desse teto.
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