Estoque de crédito recua pelo quarto mês consecutivo em abril
O estoque de empréstimos bancários recuou pelo quarto mês consecutivo em abril, segundo dados do Banco Central. O crédito nas mãos de consumidores e empresas soma R$ 3,14 trilhões, valor 2,4% inferior ao verificado no final do ano passado.
Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o estoque de crédito alcançou o pico de 54,5% em dezembro de 2015 e está agora em 52,5%, menor valor desde novembro de 2014.
Em relação a março, houve queda de 0,6%. Em 12 meses, houve crescimento de 2,7%, bem inferior à inflação do período, de 9,3%.
Segundo o BC, a desaceleração no mercado de crédito se deve, principalmente, à retração do nível de atividade econômica, à elevação das taxas de juros e ao patamar reduzido dos indicadores de confiança de empresários e consumidores, que afeta negativamente a oferta e a demanda por empréstimos.
Nos últimos 12 meses, a taxa média de juros passou de 18,5% para 22% ao ano para as empresas e de 34% para 41,3% para pessoas físicas.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que o recuo do estoque em abril foi o primeiro para esse mês do ano desde 2003. Em 12 meses, a expansão de 2,7% em abril é a menor desde 2002.
Maciel afirmou que a melhora nos indicadores de confiança de empresas e consumidores, se mantida, pode ajudar em uma recuperação do mercado de crédito no futuro.
"A recuperação [do crédito] passa pela retomada da confiança. E isso passa por um horizonte mais favorável no cenário econômico. Já temos alguma reação da confiança, e é necessário que isso se consolide. Na frente, isso tende a repercutir na evolução do crédito", afirmou.
CALOTE
Outro problema é a inadimplência, que cresceu seguidamente nos últimos quatro meses entre as empresas, de 2,6% para 3,1% entre dezembro e abril. Para pessoas físicas, o indicador está em 4,3% desde janeiro.
Pela média diária, as concessões caíram 7% em 12 meses para as empresas e 5% para pessoas físicas.
Para as empresas, só houve crescimento nas concessões em linhas emergenciais, como cheque especial e cartão de crédito, e nas operações vinculadas a recursos externos nesses 12 meses.
Para os consumidores, cresceu a liberação apenas no cheque especial e no cartão. Nesse segmento, destaca-se o recuo de 35% nas operações imobiliárias no período.
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