Desligamento de usinas térmicas alivia queda da indústria no 1º trimestre
O desligamento das usinas termelétricas aliviou o tamanho da queda do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria brasileira no primeiro trimestre deste ano, mostram dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (1º).
O PIB do setor recuou 1,2% no primeiro trimestre deste ano na comparação com os três últimos meses do ano passado, a quinta queda consecutiva. Essa baixa foi a menor, contudo, desde a estabilidade do fim de 2014.
PIB - Indústria - Variação no tri x tri anterior, em %
Segundo a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio, o desligamento da usinas térmicas permitiu um crescimento de 1,9% na atividade de produção, distribuição de eletricidade, gás, água e esgoto.
"O desligamento das térmicas fez com que o custo para se produzir energia ficasse mais barato, já que é uma geração mais cara", disse a gerente, após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre deste ano, no Rio.
O governo anunciou o desligamento de usinas térmicas a partir de 1º de março, num total de 2.000 megawatts (MW). Essa medida valia para usinas com custos de produção acima de R$ 420 megawatts-hora (MWh).
O desligamento das térmicas foi fruto, em boa medida, do declínio da atividade econômica, o que reduziu a demanda por energia. O governo já havia desligado outras térmicas no terceiro trimestre do ano passado.
NOVES FORA
A indústria foi uma das principais surpresas do PIB do primeiro trimestre deste ano. Economistas ouvidos pelo Valor Data previam queda de 2,1% do setor neste primeiro trimestre. O IBGE divulgou, contudo, uma queda menor, de 1,2% frente ao quarto trimestre de 2015.
Apesar de ter registrado uma queda menos intensa, o resultado da indústria foi ruim no primeiro trimestre. Uma mostra disso é que a queda em relação ao mesmo trimestre do ano passado foi de 7,3%. É o pior início de ano da série histórica, iniciada em 2009 (-10,8%).
Evolução do PIB - Trimestre x trimestre anterior, em %
Nessa base de comparação, os destaques negativos vieram da indústria de transformação (-10,5%) e da indústria extrativa mineral (-9,6%). Esse último inclui as atividade de minério de ferro e de petróleo, ambos em declínio no primeiro trimestre.
Segundo Claudia Dionísio, o rompimento da barragem da mineradora Samarco (joint venture da Vale e BHP Billinton), em Mariana (MG), ocorrida em novembro do ano passado, ainda afetou o resultado da indústria extrativa mineral no primeiro trimestre.
PIB - Ano x ano anterior, em %
Já na indústria de transformação, o tombo foi influenciado pela menor atividade de setores como máquinas e equipamentos, indústria automotiva e equipamentos para transporte. São atividade que dependem do consumo e dos investimentos, que estão em queda.
Sozinha, a indústria é responsável por 23% do PIB brasileiro pelo lado da oferta, superado largamente pelo setor de serviços, que responde por 72% do PIB. O percentual restante (5,2%) era da agropecuária.
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