Mulheres receberam cerca de 80% do salário dos homens em 2014, diz IBGE
As mulheres receberam, em média, salários 20% menores do que os homens em 2014, segundo o Cempre (Cadastro Central de Empresas), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (17).
Os salários pagos aos homens foram de R$ 2.521,07, na média. Para as mulheres, de R$ 2.016,63. Os dados da pesquisa abrangem apenas o mercado de trabalho formal no país.
Essa diferença era ainda maior em 2012 e 2013. Os salários dos trabalhadores do sexo feminino eram de 20,2% e 20,5% abaixo do deles, respectivamente.
O levantamento confirma as estatísticas da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar) de 2015, divulgadas em novembro do ano passado, que mostrou uma melhora nessa relação. Por ela, as mulheres ganham o equivalente a 74,5% dos homens.
O número não é exatamente o mesmo porque a Pnad também mede o mercado de trabalho informal. O Cempre, por sua vez, tem como base o universo das organizações inscritas no CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).
SETORES
Segundo os dados divulgados pelo IBGE, o setor que tinha maior presença das mulheres em 2014 era o de saúde humana e serviços sociais (hospitais, ambulatórios, consultórios, clínicas). Elas respondiam por 73,8% do pessoal empregado no setor.
Já os homens eram maioria esmagadora na atividade de construção. Eles respondiam por 90,5% das pessoas ocupadas no setor em 2014. Também eram maioria na indústria extrativa (87,8%), segundo os dados da pesquisa divulgada pelo IBGE.
Independentemente do gênero, um dos fatores que influenciam a renda é a escolaridade. A pesquisa mostra que pessoas com ensino superior receberam, em média, salários de R$ 4.995,08, 204,8% do que as pessoas sem ensino superior.
CNPJ
A pesquisa mostra ainda que, pela primeira vez desde 2007, início da série estatística, caiu o número de empresas e outras organizações formais ativa. Era de 5,1 milhões em 2014, 5,4% menor do que no ano anterior.
Essa estatística ajuda a demonstrar que a economia dava seus primeiros sinais negativos em 2014. Segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), o país está em recessão desde o segundo trimestre de 2014.
Esse quadro fez com o que número de brasileiros sócios ou proprietários também ficasse menor. Houve uma baixa de 3,9%, o que representa 283,8 mil pessoas a menos nessa posição. O dado vale para grandes e pequenos negócios.
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