Bancos começam a transferir algumas operações para fora do Reino Unido
Os bancos já começaram a agir para tirar algumas operações do Reino Unido depois de plebiscito ter decidido, na última quinta (23), a saída da União Europeia —o chamado Brexit.
Os bancos de investimento, que doaram muitas verbas para a campanha pela permanência no bloco europeu, reagiram imediatamente ao resultado do referendo do Reino Unido, e algumas das maiores instituições londrinas contataram as autoridades regulatórias para garantir licenças e começam a preparar executivos para transferências.
As 15 maiores instituições chegam a ter quase 70 mil funcionários na capital inglesa.
Grandes bancos americanos —JPMorgan Chase, Goldman Sachs, Bank of America, Citigroup e Morgan Stanley— historicamente baseiam seus negócios regulamentados na região e aproveitam o "passaporte" que isso lhes confere para operar nos demais países da União Europeia, um bloco comercial de 28 nações.
Mas advogados estão alertando que, depois da saída britânica da União Europeia, eles provavelmente precisarão de uma nova base para fins jurídicos, se o direito de vender produtos e serviços financeiros de suas bases no Reino Unido a clientes na União Europeia for total ou parcialmente abolido..
RUMO AO CONTINENTE
Por isso, eles estão se preparando para transferir ao menos parte de suas operações para cidades como Dublin, Paris e Frankfurt.
Muitos dos bancos dos Estados Unidos vinham discretamente reforçando suas entidades europeias fora do Reino Unido, o que lhes permitiria transferência rápida de algumas atividades. Mas a maioria ainda não dispõe de licenças suficientes para executar muitas das operações atualmente realizadas de Londres.
Damian Carolan, do escritório de advocacia Allen & Overy, afirma que normalmente demora dois a três meses para que um banco monte um pedido de licença. Depois, haveria uma espera de seis meses para aprovação, no caso de bancos de investimento e corretas, e de nove meses no caso de bancos de varejo.
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS EM LONDRES
banco | número de funcionários |
---|---|
JP Morgan | 8.000 |
Barclays | 8.000 |
Deutsche Bank | 7.000 |
Citi | 7.000 |
Goldman Sachs | 5.500 |
Credit Suisse | 5.000 |
HSBC | 5.000 |
Morgan Stanley | 5.000 |
Bank of America Merrill Lynch | 4.500 |
UBS | 4.000 |
Société Générale | 2.800 |
Nomura | 2.600 |
PNB Paribas | 2.500 |
RBS | 2.000 |
UniCredit | 800 |
TOTAL | 69.700 |
Fonte: as próprias companhias e estimativas do "Financial Times"
PROBLEMAS BRITÂNICOS
Os bancos britânicos também estão reavaliando o que fazer com suas operações que negociam títulos da União Europeia —muitos analistas presumem que a compensação desses produtos deva ser transferida ao continente.
O Reino Unido pode tentar adotar o caminho seguido pela Noruega, que é membro da Área Econômica da Europa, mas não da União Europeia. Mas isso traria percalços, porque requer que o Reino Unido implemente todas as regras da União Europeia sem o direito de interferir em sua redação.
E Jonathan Hill, o britânico que renunciou no fim de semana ao seu posto de comissário de serviços financeiros da União Europeia, disse ao "Financial Times" que não estava certo de que um arranjo desse tipo possa funcionar. "A maioria das abordagens que oferecem acesso requerem livre movimento de pessoas. Não imagino que isso possa funcionar, dado o peso da imigração como questão no debate sobre o referendo."
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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