UE investiga práticas da dona da Ambev no mercado belga de cerveja
Justin Tallis/AFP | ||
Bebidas produzidas pela Anheuser-Busch InBev |
As autoridades antitruste da União Europeia ordenaram uma investigação para determinar se a Anheuser-Busch InBev, a maior fabricante mundial de cerveja e dona da Ambev, havia "abusado de sua posição dominante" no mercado de cerveja da Bélgica, seu país sede.
Margrethe Vestager, a comissária de Competição da União Europeia, analisará se a fabricante de cerveja que controla as marcas Stella Artois e Beck interferiu na importação de variedades mais baratas de suas cervejas de países vizinhos, violando as leis antitruste da União Europeia.
Ao anunciar o inquérito, na quinta-feira, Vestager disse que a forte posição de mercado da AB InBev na Bélgica "não era problema", mas acrescentou que "desejamos garantir que não existam obstáculos anticompetitivos ao comércio da cerveja dentro do mercado unificado europeu".
Ela afirmou em comunicado que "impedir a importação de suas cervejas mais baratas de países vizinhos tanto contrariaria os interesses dos competidores quanto feriria a livre competição".
A Comissão Europeia declarou que sua posição inicial era a de que a AB InBev - que está a ponto de completar sua tomada de controle acionário da rival SABMiller por 71 bilhões de libras —"pode estar seguindo uma estratégia deliberada de restringir o chamado 'comércio paralelo' de sua cerveja proveniente de países onde ela é mais barata, como a Holanda e a França, na Bélgica, um mercado onde ela é mais cara".
A comissão anunciou que examinaria com especial atenção se a fabricante de cerveja havia se envolvido em práticas como alterar a forma de embalagem de garrafas e latas de cerveja a fim de torná-las mais difíceis de vender em outros países. Também estudará se grupos de varejo "não belgas" tiveram restrito o acesso a descontos e a produtos especiais a fim de impedi-los de exportar produtos de cerveja mais baratos para a Bélgica.
A empresa pode enfrentar multas ou ordens para que mude suas práticas.
A Interbrew, da Bélgica, se fundiu com a AmBev, do Brasil, em 2004. Quatro anos mais tarde, adquiriu a Anheuser-Busch e formou a Anheuser-Busch InBev.
Para liberar a fusão com a rival sul-africana do grupo, as autoridades regulatórias da União Europeia determinaram no mês passado que a companhia terá de vender todos os negócios de cerveja da SABMiller na Europa.
A AB InBev já fechou acordo para vender as marcas de cerveja fina europeia Grolsch e Peroni ao grupo de bebidas japonês Asahi, por US$ 3 bilhões.
Também concordou em vender os ativos da SABMiller no leste da Europa —entre os quais a Pilsner Urquell. A empresa tem posição dominante na região, mas ainda não surgiu um acordo. A venda desses ativos deve movimentar valores de entre US$ 4,6 bilhões e US$ 7,8 bilhões.
Em desdobramento separado, na quinta-feira, o Tribunal de Competição da África do Sul aprovou a fusão entre a AB InBev e a SABMiller, com algumas ressalvas.
A AB InBev agora aguarda aprovação formal das autoridades regulatórias dos Estados Unidos e da China, antes de poder concluir a aquisição da SABMiller.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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