Shell diz que Brexit pode desacelerar plano de venda de US$ 30 bi em ativos
Murad Sezer/Reuters | ||
Shell diz que Brexit pode desacelerar plano de venda de US$ 30 bi em ativos |
O presidente-executivo da petroleira Shell, Ben van Beurden, disse a investidores que a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia pode desacelerar o plano de venda de ativos da companhia, de US$ 30 bilhões, especialmente no Mar do Norte, onde há anos a empresa enfrenta dificuldade para encontrar interessados.
O comentário, feito em evento com investidores e analistas durante o torneio de tênis de Wimbledon nesta semana, ocorre em um momento em que a Shell contratou o Bank of America Merrill Lynch para encontrar compradores para diversos ativos importantes no Mar do Norte, incluindo sua fatia no lucrativo campo de Buzzard, na expectativa de que a venda possa levantar US$ 2 bilhões.
A empresa anglo-holandesa planejava anteriormente encerrar a venda de dezenas de ativos no mundo até 2018, aproximadamente, para arrecadar recursos que serão usados para custear a compra por US$ 54 bilhões da rival BG, que foi concluída em fevereiro.
Van Beurden disse na quarta-feira (6) que a incerteza que tomou contas dos mercados globais após a votação no Reino Unido, em 23 de junho, deverá ser um obstáculo para o programa de desinvestimentos, segundo dois investidores que participaram do evento em Wimbledon.
"Ben disse que pós-Brexit, as vendas podem demorar mais de três anos para ser finalizadas", afirmou à Reuters uma fonte, pedindo anonimato porque o evento organizado pela Shell não era aberto ao público.
A assessoria de imprensa da Shell respondeu que "não há mudança nas declarações anteriores" feitas pela companhia sobre o programa de três anos e US$ 30 bilhões em desinvestimentos.
O Bank of America não quis comentar.
A Shell afirmou em junho que queria sair de dez países depois de se fundir com a BG para focar na produção de gás globalmente e na exploração de águas ultra profundas no Brasil.
Uma possível independência da Escócia poderia tornar ainda mais nebuloso o horizonte para a indústria de petróleo no Mar do Norte e paralisar fusões e aquisições na região devido à falta de confiança no futuro das regulações e regras tributárias, explicou uma das fontes.
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