Empresário fecha acordo com portugueses e estará na gestão da Oi
Silvia Zamboni/Folhapress | ||
Nelson Tanure e a holding portuguesa Pharol chegaram a acordo para participar da gestão da Oi |
Após meses de confronto, o empresário Nelson Tanure e a holding portuguesa Pharol chegaram nesta terça (13) a acordo para participar da gestão da companhia de telefonia Oi, que passa pelo maior processo de recuperação judicial da história do Brasil.
A aproximação dos dois grupos desagrada a credores e a minoritários, que têm interesse de retirar os portugueses do comando da Oi e responsabilizá-los pela crise que levou à recuperação judicial.
Com uma dívida de R$ 65 bilhões, a empresa apresentou na semana passada seu plano de recuperação, bastante criticado por credores.
O plano propõe desconto de até 70% nos valores devidos sem garantir participação imediata dos credores na gestão da empresa.
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A Pharol tem 22% da companhia, e o fundo Société Mondiale, ligado a Nelson Tanure, tem 6,32%.
A Folha apurou que Tanure terá direito a indicar dois dos nove membros do conselho de administração da Oi. Os nomes seriam o ex-ministro das comunicações Hélio Costa e o ex-presidente do BNDES Demian Fiocca.
Tanure terá ainda direito a indicar quatro suplentes para o conselho.
A Pharol ficará responsável por seis conselheiros. O nono membro do conselho foi indicado pelo BNDES.
Um dos passos para o cumprimento do acordo foi tomado ainda na segunda-feira (12), com a renúncia dos conselheiros Marcos Grodetzky e Ricardo Malavazi Martins.Este último foi designado para o cargo de diretor financeiro da empresa.
DISPUTA
O acordo foi apresentado nesta terça ao juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio, responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia.
Nenhuma das partes se pronunciou sobre os termos negociados.
Em nota, a Pharol disse que o entendimento "é um instrumento fundamental para a sustentabilidade da Oi e a para superação desse processo de recuperação judicial".
A disputa pelo comando da Oi chegou a parar na Justiça quando os controladores obtiveram liminar para impedir que Tanure fizesse assembleia de acionistas a fim de tentar nomear novos conselheiros.
A princípio, Tanure ameaçava destituir os representantes dos atuais controladores, contando com o apoio de outros acionistas minoritários. Nas últimas semanas, começou a negociar um acordo.
PERFIL
O empresário é conhecido por estratégia agressiva para assumir empresas em dificuldades financeiras. Em 2013, em operação semelhante, assumiu o controle da PetroRio, antiga HRT Petróleo.
Algumas das empresas adquiridas no passado acabaram fechando as portas, como o "Jornal do Brasil" e a "Gazeta Mercantil".
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