Temer reafirma a deputados que reformas não tirarão direitos
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
O presidente Michel Temer |
Um dia após afirmar que seu governo "não é idiota" de fazer reformas que podem tirar direitos dos trabalhadores, o presidente Michel Temer reiterou esta posição em reunião com deputados líderes dos partidos do chamado "centrão". O grupo participou de um almoço com o peemedebista nesta quinta (15) no Palácio do Planalto.
"Essa é uma coisa importante para nós porque havia uma boataria generalizada e tinha também uma confusão no governo com cada ministro falando uma coisa diferente sobre a reforma [da Previdência] como se fosse fácil fazer reforma. Então, combinamos com ele que cada reforma será feita por vez. Nada de fazer anúncio de quatro, cinco coisas que não dá para cumprir", afirmou Paulinho da Força (SP), líder do Solidariedade.
De acordo com ele, o grupo discutiu com o presidente a tramitação da proposta de emenda à Constituição que estabelece um teto de gastos públicos, em análise na Câmara dos Deputados. O governo quer que a matéria seja aprovada pela Câmara e pelo Senado até o fim deste ano. "A PEC 241 [teto de gastos] é o Plano Real do governo Temer", completou Paulinho.
Em relação à reforma da Previdência, o deputado afirmou que Temer garantiu ao grupo que a proposta será ainda discutida com centrais sindicais e empresários antes de ser enviada ao Congresso.
O presidente viaja neste fim de semana para Nova York, Estados Unidos, para participar de reunião da ONU, e volta para o Brasil no fim da próxima semana. Só depois da viagem é que ele deve finalizar a proposta. A intenção do Planalto é enviar a matéria ainda em setembro.
APOIO
O grupo, formado por PSD, PP, PR, PRB, PTB, SDD e parte do PMDB, entregou uma carta a Temer para reiterar o apoio ao seu novo governo. "Confirmamos nosso apoio ao governo principalmente no que tange ao ajuste fiscal. É muito importante é a disposição que o presidente tem de dialogar de maneira próxima com líderes e deputados", afirmou Rogério Rosso (DF), líder do PSD.
Formado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve seu mandato cassado na última segunda (12), o centrão havia tido algumas rusgas com o governo depois de ter perdido a eleição para a presidência da Câmara, em que Rodrigo Maia (DEM-RJ) acabou eleito com o apoio de seu partido, do PSDB e do PT. O grupo também tenta retomar a relevância que tinha agora que seu mentor perdeu o cargo.
No documento, os deputados destacam ainda que estão preparados e conscientes do papel que o Congresso tem na aprovação das propostas.
Participaram do encontro também os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Aelton Freitas (PR-MG), Baleia Rossi (PDMB-SP), Jovair Arantes (PTB-GO), Márcio Marinho (PRB-BA), e o líder do governo André Moura (PSC-SE).
ANÚNCIO
De acordo com os parlamentes, Temer deve fazer um anúncio em breve sobre a formação de uma câmara setorial para criar grupos de trabalho com o objetivo de discutir ideias e propostas para a retomada do crescimento do país. "Isso nos mostra que o governo começa a andar, a fazer o país ter esperança de voltar a crescer", afirmou Paulinho.
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