Retomada da economia não virou realidade em agosto, diz FGV
A esperada recuperação econômica não se materializou, em agosto, nos dados que monitoram a atividade.
Segundo informações divulgadas pela FGV, com a metodologia do instituto americano Conference Board, os dados que acompanham a atividade no presente recuaram em agosto pelo segundo mês seguido.
Pesaram no desempenho negativo a baixa na ocupação do mercado de trabalho e a menor produção de papelão ondulado (usado em embalagens). O consumo de energia pela indústria ficou praticamente estável e as vendas do comércio tampouco mostram dinamismo.
Já os indicadores que buscam antecipar a tendência da economia subiram pelo sétimo mês seguido, puxados por expectativas positivas de investidores do mercado financeiro, consumidores e empresários do setor de serviços.
Também ajudou a estabilidade da taxa de câmbio, que conteve a queda dos preços de produtos negociados pelo país no exterior.
Segundo o pesquisador Paulo Picchetti, se as incertezas políticas parecem perder fôlego, sobram dúvidas no campo econômico.
O Banco Central avisou que não cortará juros até que haja indicativos de que o ajuste fiscal será feito.
"Diminuiu a incerteza, mas longe do suficiente para se dizer que está aberto o caminho para uma retomada", afirmou Picchetti.
Os indicadores adicionam interrogações sobre a velocidade de recuperação da economia. A queda da arrecadação de impostos sobre lucros das empresas em agosto e o declínio da importação de máquinas e equipamentos corroboram uma visão mais cética sobre uma retomada rápida.
"São mais elementos que sugerem que a recuperação parece ter ficado para o quarto trimestre", diz Picchetti.
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