Twitter negocia venda com Google, Salesforce e outros parceiros, diz 'NYT'
Dado Ruvic/Reuters | ||
Ações da companhia de mídia social disparam com notícia de possível venda |
O site de mídia social Twitter está conversando com a Salesforce.com, Google e outros parceiros sobre uma possível tomada de controle da companhia, revelaram pessoas informadas sobre as discussões nesta sexta-feira (23). As conversas estão em estágio inicial, disseram essas pessoas, e não existe garantia de que um acordo venha a ser atingido.
Ao mesmo tempo, o Twitter está ponderando uma possível reformulação da empresa que envolveria venda de subsidiárias e demissões. A companhia está trabalhando com os bancos de investimento Goldman Sachs e Allen & Company para avaliar suas opções.
O Twitter, que tem 313 milhões de usuários em todo o mundo, está considerando passos transformadores com o objetivo de enfrentar um período de desaceleração em seu crescimento.
As ações do Twitter, sediado em San Francisco, dispararam depois que o canal de notícias CNBC informou que havia interessados em sua aquisição. Nas operações da tarde da sexta-feira, as ações do Twitter mostravam alta de mais de 20%.
Isso elevou seu valor de mercado a US$ 16 bilhões (R$ 51,5 bilhões), o mais alto desde o começo de janeiro. Mesmo assim, as ações estão sendo negociadas abaixo do preço de oferta inicial definido quando o Twitter abriu seu capital –US$ 26 (R$ 83,80) por ação– em novembro de 2013.
Um representante do Twitter se recusou a comentar. "Não comentamos sobre rumores e especulações", disse Jane Hyne, porta-voz da Salesforce.
ANUNCIANTES
Desde que lançou suas ações no mercado, atraindo muito interesse, o Twitter vem encontrando dificuldade para crescer e enfrenta a concorrência de novos e velhos rivais. O Facebook e seu pacote de serviços complementares —como o Instagram, WhatsApp e Messenger— continuam a superar o Twitter em termos de crescimento na base de usuários e lucratividade, e o Snapchat, criado há cinco anos, se tornou o mais novo queridinho do universo da mídia social.
A falta de crescimento começou a afetar negativamente a demanda por espaço publicitário, que vinha se mantendo robusta mesmo depois que o número de usuários do Twitter se estagnou. Anunciantes em busca de grandes audiências tendem a optar pelo Facebook, enquanto os interessados em audiências mais jovens têm o Snapchat como opção.
O Twitter iniciou um esforço de recuperação centrado em serviços de vídeo e transmissão ao vivo de vídeos, na esperança de que usuários recorram ao serviço para assistir a esportes e noticiários.
Este mês, o Twitter revelou um app grátis para a Apple TV, Amazon Fire TV e Micrsofot Xbox One que incluirá transmissões ao vivo de dez partidas de futebol americano, nas noites de quinta-feira, e vídeos ao vivo da MLB Advanced Media (beisebol), NBA (basquete profissional), Pac-12 Networks (basquete universitário), Campus Insiders, Bloomberg News e Cheddar, um novo serviço de notícias de negócios.
A empresa também mudou de foco e está tentando vender mais anúncios em vídeo padrão premium.
ESPECULAÇÃO
A Salesforce expressou publicamente seu interesse em controlar uma rede social, o que a empresa acredita possa estimular o seu negócio principal, a venda de software e serviços a clientes empresariais. Marc Benioff, presidente-executivo da Salesforce, admitiu algumas semanas atrás que sua empresa havia apresentado ofertas agressivas pela aquisição do LinkedIn, um site de mídia social voltado aos recursos humanos, mas quem o adquiriu foi a Microsoft, por US$ 26,2 bilhões, em junho.
Ainda que a Salesforce tenha se recusado a comentar sobre discussões com o Twitter, Vala Ashfar, o vice-presidente de comunicação digital da empresa, postou no Twitter algumas vantagens que seu empregador teria com uma possível aquisição. Entre elas: a "rede de aprendizado pessoal" do Twitter; as "melhores notícias contextualizadas, em tempo real"; a "democratização da inteligência" e "um grande lugar para promover os outros".
As ações da Salesforce caíram em mais de 5% na sexta-feira.
O Twitter vem sendo tema de especulações quanto a uma possível aquisição já há anos, e o Google muitas vezes é mencionado como o comprador mais lógico. Empresas de mídia também foram apontadas como possíveis candidatas. Os boatos se intensificaram depois que a Microsoft adquiriu o LinkedIn, em junho.
Comparado aos seus pares na mídia social e na Internet, o Twitter é mais suscetível a uma tomada de controle porque só tem uma categoria de ação. Empresas como o Facebook e a Alphabet, a controladora do Google, têm múltiplas classes de ações, o que dá aos seus fundadores controle estreito sobre as empresas e garante sua independência.
O Twitter conta com US$ 3,6 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em reservas de caixa e suas dívidas atingem US$ 1,6 bilhão (R$ 5,1 bilhões), de acordo com a Global Market Intelligence, da Standard & Poor's. A Microsoft pagou ágio de quase 50% ao adquirir o LinkedIn, mas é improvável que uma venda do Twitter atinja preço tão alto.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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