Temer comemora acúmulo de força e cobra aliado infiel em votação do teto
Assessores do presidente Michel Temer comemoraram a vitória alcançada com aprovação do teto proposto para os gastos públicos em primeiro turno na Câmara dos Deputados e disseram que ela dá ao governo força para enfrentar outras batalhas difíceis que tem pela frente, como a reforma da Previdência.
Para Moreira Franco, chefe do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo, a votação de segunda-feira (10) na Câmara encerra o período de interinidade do presidente, que assumiu o cargo com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
"A vitória aumenta a musculatura do governo e põe luz no seu foco: superar a crise econômica e pacificar a sociedade para, sem tanta intolerância, reconstruir as condições para o país voltar a crescer", afirmou Moreira.
A proposta de emenda constitucional que limita os gastos públicos foi aprovada em primeiro turno na Câmara com 366 votos a favor, 58 a mais do que o necessário (308) para mudar a Constituição. O governo quer ampliar esse placar na votação do texto em segundo turno, o que está previsto para ocorrer entre os dias 24 e 25 de outubro.
Por isso, apesar de avaliar como positivo o resultado da votação, o Palácio do Planalto vai cobrar deputados dos partidos da base aliada que votaram contra o governo ou não compareceram à sessão.
O ministro Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, disse que o presidente vai ter uma "DR" para discutir a relação com os aliados. Nesta semana, devem ser chamados ao Planalto líderes do PSB e do PPS, que registraram taxa elevada de traição na votação do teto. "A tendência é que a gente aumente o placar [no segundo turno]", disse Padilha.
Derrotada nesta primeira fase na Câmara, a oposição já se articula para tentar atrasar a votação da proposta quando ela seguir para o Senado. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Casa, tem afirmado que não vai abrir mão de que o projeto passe pela comissão.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por sua vez, afirmou que está pessoalmente empenhado em acelerar a discussão do teto e vai pedir ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça, José Maranhão (PMDB-PB), que indique logo um relator para o projeto.
A expectativa é que o Senado tenha 45 dias antes do recesso de fim de ano para aprovar o texto. Renan avisou, contudo, que não hesitará em estender os trabalhos e suspender o recesso para terminar a votação neste ano.
"Ou votamos essa PEC, ou vamos ter que aumentar impostos, e a sociedade não aguenta mais isso", disse Renan. "Se for necessário invadir o recesso, vamos invadir o recesso para termos a conclusão da apreciação dessa PEC. É o primeiro passo para construirmos a sustentabilidade fiscal até o fim do ano."
A reforma da Previdência só deve ser discutida pelo Congresso no próximo ano. A proposta do governo, que ainda está em estudos, é considerada essencial para que o teto dos gastos funcione, porque as despesas com a Previdência têm crescido aceleradamente, e a reforma pode ajudar o governo a contê-las.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 19/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,74% | 125.124 | (17h39) |
Dolar Com. | -0,97% | R$ 5,1993 | (17h00) |
Euro | -0,49% | R$ 5,5708 | (17h31) |