Preços ao produtor na China sobem pela 1ª vez em quase 5 anos
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Preços ao produtor na China sobem pela primeira vez em cinco anos pressionados por commodities |
Os preços ao produtor na China subiram inesperadamente em setembro pela primeira vez em quase cinco anos devido à valorização das commodities, em uma boa notícia para o governo no momento em que busca reduzir a crescente dívida corporativa.
Os dados oficiais de inflação divulgados nesta sexta-feira (14) também mostraram aceleração da alta dos preços ao consumidor, ajudando a aliviar as preocupações dos investidores com a saúde da segunda maior economia do mundo após dados decepcionantes de da balança comercial na quinta-feira terem afetado os mercados globais.
As empresas da China acumulam US$ 18 trilhões em dívida, equivalente a cerca de 169% do PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com os dados mais recentes do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). A maior parte é detida por empresas estatais.
"Uma alta na inflação, se sustentada, será boa notícia para a capacidade da China de pagar sua dívida corporativa", disse o economista sênior do PNC Financial Service Group Bill Adams.
"Com a taxa de juros baixa mantendo os custos do serviço da dívida sob controle e os preços ao produtor subindo, o cenário para os lucros industriais da China está melhorando."
Os preços ao produtor avançaram 0,1% na comparação com o ano anterior, informou nesta sexta-feira a Agência Nacional de Estatísticas.
Embora o avanço tenha sido pequeno, foi a primeira vez que os preços ao produtor subiram na base anual desde janeiro de 2012, e aconteceu um pouco mais cedo do que a expectativa de alguns analistas de que isso ocorreria no final do ano.
Analistas consultados pela Reuters esperavam um recuo de 0,3%, após queda de 0,8% em agosto.
Os preços ao produtor na China têm caído desde março de 2012, e mais de quatro anos de deflação têm apertado o fluxo de caixa das companhias industriais.
Um boom de construção, alimentado por gastos do governo em infraestrutura e alta do setor imobiliário, tem ajudado a elevar os preços de materiais de construção, de aço a cobre, nos últimos meses. Já os preços do carvão saltaram conforme o governo tenta reduzir o excesso de capacidade.
Os preços dos metais ferrosos, não-ferrosos e de extração de carvão subiram juntos 4,1% na comparação anual, importante fator para os preços ao produtor passarem a subir, segundo a agência de estatísticas.
A inflação ao consumidor também acelerou mais do que o esperado, para 1,9% em setembro em relação ao ano anterior, devido principalmente aos preços mais altos dos alimentos. Os preços dos alimentos avançaram 3,2% em setembro ante o ano anterior, contra 1,3% em agosto.
Analistas esperavam avanço de 1,6% dos preços ao consumidor, contra 1,3% em agosto, mínima de 10 meses.
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