Agência Moody's eleva nota de crédito da Petrobras e perspectiva fica estável
A agência de classificação de riscos Moody's elevou nesta sexta-feira (21) o rating (nota de crédito) da Petrobras de B3 para B2 e mudou a perspectiva de negativa para estável, destacando melhorias no perfil de liquidez da companhia e no ambiente regulatório do Brasil nos últimos meses.
Apesar da melhora, a nota da Petrobras ainda continua sendo grau especulativo –o que significa que a companhia potencialmente enfrenta condições mais difíceis para fazer captações de títulos–, uma situação vivenciada há algum tempo, desde que a petroleira viu suas finanças se deteriorarem em meio a um escândalo de corrupção, elevado endividamento e queda nos preços do petróleo.
As notas de crédito têm impacto sobre o custo da dívida de empresas e países. Quanto melhor a classificação, menor tende a ser o desembolso com os juros dos financiamentos, e vice-versa.
Para investidores estrangeiros, a avaliação das agências serve como termômetro para saber se a remuneração de um papel está adequada ao risco do investimento.
A Moody's explicou que a perspectiva estável da Petrobras indica que, nos próximos 12 a 18 meses, a liquidez da companhia e riscos de crédito em geral vão melhorar gradualmente, apoiados pelo enfoque na melhoria das operações e alocação de capital, refinanciamento da dívida e vendas de ativos adicionais.
FATORES
Fatores externos, como melhoria do sentimento do mercado em relação ao Brasil, após o impeachment de Dilma, e a consequente valorização do real ante o dólar também contribuíram com a melhoria do perfil da empresa, de acordo com a Moody's, que citou fatores para a redução dos custos, de despesas de capital e da alavancagem.
"O risco de liquidez da Petrobras tem diminuído ao longo dos últimos meses com as vendas de US$ 9,1 bilhões em ativos até agora em 2016 e os cerca de US$ 10 bilhões em títulos trocados durante terceiro trimestre, o que estendeu o perfil de vencimento da dívida da empresa", afirmou a Moody's.
A agência de classificação de risco destacou que antes das últimas emissões de títulos em maio e julho, a petroleira não acessava mercados de capitais desde junho de 2015, devido ao baixo apetite de crédito para a indústria de petróleo e gás e a própria Petrobras, e também pelo risco do Brasil.
RISCOS
Entretanto, a Moody's ponderou que os riscos de liquidez da Petrobras permanecem significativos.
Em 30 de junho, as dívidas da Petrobras com vencimento no restante de 2016, e nos anos fiscais de 2017 e 2018, era US$ 5,2 bilhões, US$ 8,1 bilhões e US$ 14,3 bilhões, respectivamente, somando US$ 27,3 bilhões nos próximos dois anos e meio.
Além disso, a Moody's destacou ameaças à liquidez, como passivos fiscais, potenciais atrasos no plano de vendas de ativos e as ações movidas por acionistas minoritários nos EUA, devido ao escândalo bilionário de corrupção que envolveu ex-executivos da companhia.
Procurada para comentar o assunto, a Petrobras não se manifestou imediatamente.
As ações preferenciais (PN) da Petrobras subiam há pouco 1,74%, a R$ 18,05, e as ordinárias (ON) avançavam 2,00%, a R$ 19,34. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa, ganhava 0,62%, aos 64.235,84 pontos.
Somente em outubro, as ações preferenciais da estatal têm alta acima de 30% e as ON, mais de 25%.
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