Fusão entre AT&T e Time Warner preocupa democratas e republicanos
Eric Thayer/Reuters | ||
Principal questão é sobre como o novo gigante de mídia e telecomunicação pode reduzir concorrência |
O acordo histórico da AT&T para adquirir a Time Warner por US$ 85 bilhões foi visto com preocupação tanto por democratas como por republicanos, que pedem que as agências reguladoras dos Estados Unidos investiguem a tentativa de criação de um novo gigante do setor de mídia e telecomunicação.
O acordo, anunciado duas semanas antes das eleições americanas, pode ser o maior sinal de que o setor corporativo já espera que a democrata Hillary Clinton seja eleita e mantenha a mesma postura do presidente Barack Obama no cumprimento da legislação antitruste e regulatória, que já é vista como rígida.
O porta-voz de Clinton, Brian Fallon, disse a jornalistas neste domingo (23) que há "um número de questões e preocupações" a respeito do acordo, mas que "ainda há muitas informações a serem divulgadas antes que qualquer conclusão seja tomada".
O candidato a vice-presidente na chapa de Hillary, Tim Kaine, e diversos deputados norte-americanos disseram que o acordo pode levantar questões a respeito da lei antitruste, um dia após o candidato republicano Donald Trump também criticar a aquisição.
O subcomitê do Senado para assuntos antitruste vai realizar uma audiência para discutir o acordo antes do fim do ano, afirmou um porta-voz do senador Mike Lee, do estado de Utah, presidente do subcomitê.
Kaine, candidato na chapa de Hillary e senador pelo estado de Virginia, disse que deputados e reguladores terão de revisar o acordo e "descobrir toda a verdade" a respeito de como a fusão pode diminuir a competitividade.
"Eu sou a favor da competitividade", disse Kaine no programa da NBC "Meet the Press". "Menos concentração, eu acho, é geralmente bom especialmente para a mídia."
Kaine afirmou que ainda não teve oportunidade de inspecionar os detalhes da fusão.
Trump disse em comício no sábado (22) que iria impedir a fusão caso ganhe a eleição do dia 8 de novembro contra a democrata Hillary Clinton.
"É muita concentração de poder nas mãos de muito poucos", disse Trump, que acusou a mídia de ser tendenciosa contra ele e sua campanha.
CONCORRÊNCIA
O Departamento de Justiça dos EUA, não o presidente, tem o poder de rejeitar o negócio se violar as leis antitruste. A AT&T disse que não está claro se a Comissão Federal de Comunicações também terá competência para fiscalizar o negócio.
Um porta-voz do Departamento de Justiça não comentou sobre o negócio neste domingo e um porta-voz da AT&T também não comentou sobre a crítica parlamentar.
O negócio, se aprovado pelos órgãos reguladores, dará a AT&T o controle de canais de TV a cabo HBO e CNN, estúdio de cinema Warner Bros e outros ativos de mídia cobiçados. Isto levanta preocupações de que a AT&T possa tentar limitar a distribuição de material Time Warner.
O presidente da AT&T, Randall Stephenson, disse a repórteres na noite de sábado acreditar que os reguladores vão aprovar o negócio. Stephenson disse que "não há prejuízos para a concorrência."
Concorrentes da AT&T e Time Warner, como NBCUniversal, Twenty-First Century Fox e Walt Disney poderiam achar que seus conteúdos poderiam ficar em desvantagem, sugeriram alguns grupos de defesa do consumidor.
NBC Universal, que é controlada pela Comcast Corp e a Fox não comentaram a fusão. A Disney não respondeu pedidos de comentários.
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