Governo não está perseguindo aposentados, diz Temer sobre reforma
Sob críticas de centrais sindicais e entidades trabalhistas, o presidente Michel Temer fez uma defesa enfática nesta terça-feira (8) da reforma da Previdência que deve ser enviada ao Congresso no mês de dezembro.
Segundo ele, é necessário "colocar o dedo na ferida" e reduzir o atual deficit previdenciário que, segundo ele, pode gerar um "desastre no país".
"Nós temos de pôr o dedo nesta ferida. Neste ano, teremos quase R$ 150 bilhões de deficit da Previdência e os Estados estão praticamente quebrados", afirmou.
O presidente ressaltou, contudo, que a intenção do Palácio do Planalto não é perseguir aposentados, mas evitar o crescimento do gasto público.
Para ele, a reforma previdenciária é "quase uma consequência" da proposta do teto de gastos públicos, aprovada pela Câmara.
ERRO
O presidente se confundiu ao sugerir que o deficit da Previdência pode se assemelhar ao PIB em alguns anos.
"O que queremos é revelar que se não tomarmos cuidado, em 2024, como dizem as pesquisas, teremos um déficit semelhante ao PIB e será um desastre para o país", disse Temer.
Na verdade, o que deve se se aproximar ao valor do PIB em 2024 é a dívida pública, e não o deficit da Previdência.
Em jantar com deputados da base aliada no início de outubro, a equipe presidencial ressaltou que só a PEC do Teto pode impedir que a dívida pública chegue a 100% do PIB até 2024.
Temer participou nesta terça-feira (8) do seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, promovido pelo jornal "Valor Econômico" e pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
DESTRUIR
No discurso, o peemedebista fez críticas ainda ao discurso dos partidos de oposição contra a proposta do teto de gastos públicos, que tramita atualmente no Senado Federal.
Segundo ele, a "pregação" feita é que o governo federal pretende "acabar com os trabalhadores" e "destruir o setor da saúde e da educação"
"Como se a nossa tarefa, ao chegar no governo federal, fosse destruir o setor da saúde e da educação. Acabar com os trabalhadores. Essa é a pregação que se faz", criticou.
O peemedebista negou que que as duas áreas sofrerão impacto orçamentário. Ele reconheceu, contudo, que alguns setores "terão alguma dificuldade".
"Não é um teto para saúde ou um teto para a educação, mas um teto geral. Então, remaneja-se de um setor para o outro. Evidentemente, alguns setores terão algumas dificuldades, mas elas estabelecerão um bloqueios para setores fundamentais ao país.", afirmou.
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