Facebook cria ferramenta de censura geográfica para voltar à China
Dado Ruvic/Reuters | ||
Facebook busca entrar no mercado chinês com ferramenta de censura |
Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, cultivou relacionamentos com os líderes da China, entre os quais o presidente Xi Jinping. Fez múltiplas visitas ao país para reuniões com os principais executivos locais de Internet. Esforçou-se por aprender mandarim.
Dentro do Facebook, o esforço por retornar à China é ainda mais profundo.
A empresa vem discretamente desenvolvendo um software para bloquear a publicação de posts nos news feeds de usuários de certas áreas geográficas, de acordo com atuais e antigos funcionários da empresa, que solicitaram que seus nomes não fossem revelados porque a ferramenta é confidencial. O recurso foi criado para ajudar o Facebook a entrar na China, mercado no qual a rede social foi bloqueada, disseram essas fontes. Zuckerberg apoia e defende esse esforço, acrescentaram as fontes.
O Facebook não pretende bloquear posts por sua conta. Em lugar disso, ofereceria o software para permitir que terceiros –no caso, mais provavelmente uma empresa chinesa parceira– monitorassem as reportagens e temas mais compartilhados por usuários na rede social. O parceiro do Facebook teria pleno controle para decidir se esses posts permaneceriam nos news feeds dos usuários.
Os atuais e antigos funcionários do Facebook acautelam que o software é uma das muitas ideias que a empresa discutiu para tentar ingressar no mercado chinês. Até o momento, o recurso não foi colocado em uso e não existe indicação de que o Facebook o tenha oferecido às autoridades chinesas.
Mas o projeto ilustra até que ponto o Facebook pode estar disposto a comprometer um dos pontos centrais de sua missão, "tornar o mundo mais aberto e conectado", a fim de ganhar acesso ao mercado formado pelo 1,4 bilhão de chineses.
O software de censura é contencioso dentro da empresa. Diversos funcionários que trabalharam no projeto pediram demissão depois de expressar reservas quanto a ele, disseram as fontes.
Tantos funcionários perguntaram sobre o projeto e as ambições da empresa quanto à China, em um fórum interno, que em julho isso se tornou assunto de uma das conversas semanais entre os dirigentes e o pessoal do Facebook, que acontecem nas tardes de sexta-feira. Zuckerberg disse ao pessoal que os planos do Facebook para a China eram incipientes. Mas também adotou um tom pragmático quanto ao futuro, de acordo com funcionários que participaram das sessões.
"É melhor para o Facebook participar de uma conversa enriquecedora, mesmo que ela seja restrita", disse Zuckerberg, de acordo com funcionários da empresa.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 19/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,74% | 125.124 | (17h39) |
Dolar Com. | -0,97% | R$ 5,1993 | (17h00) |
Euro | -0,49% | R$ 5,5708 | (17h31) |