Commodities pressionam Petrobras e Vale, e Bolsa cai 3%; dólar sobe
A forte queda do petróleo e do minério de ferro afetou os mercado financeiro doméstico nesta terça-feira (29). Influenciado pelo recuo de mais de 5% das ações da Petrobras e da Vale, o Ibovespa fechou em baixa de quase 3%, e o dólar subiu frente ao real.
Os preços do petróleo caíram depois que investidores passaram a considerar pequena a probabilidade de um acordo para limitar a produção na reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) desta quarta-feira (30).
O principal problema é que Irã e Iraque têm resistido à pressão da Arábia Saudita para reduzir a produção.
O petróleo tipo Brent para entrega em janeiro, negociado em Londres, caiu 3,8%, para US$ 46,41 o barril.
O minério de ferro na China, principal mercado da Vale, também caiu fortemente nesta terça-feira, após cinco sessões de alta. O minério de ferro entregue em Qingdao perdeu 4,37%, para US$ 77,30 a tonelada, após subir nas cinco sessões anteriores e atingir a cotação máxima em mais de dois anos na véspera.
As ações da Petrobras caíram 5,17%, a R$ 14,66 (PN), e 5,27%, a R$ 16,70 (ON). Os papéis da Vale perderam 5,90%, a R$ 29,18 (ON), e 4,18%, a R$ 26,35 (PNA).
O Ibovespa fechou em queda de 2,97%, aos 60.986,52 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,7 bilhões.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN recuou 2,41%; Bradesco PN, -3,16%; Bradesco ON, -2,08%; Banco do Brasil ON, -3,63%; e Santander unit, -3,64%.
Em Nova York, os índices acionários fecharam alta, refletindo indicadores positivos sobre a economia americana.
O índice S&P 500 ganhou 0,13%; o Dow Jones subiu 0,12%; e o Nasdaq, +0,21%.
Os investidores reagiram à revisão do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA do terceiro trimestre de 2,9% para 3,2% —acima das expectativas de 3%— e a elevação do índice de confiança do consumidor americano em novembro para o nível mais alto mais de nove anos.
CÂMBIO E JUROS
A moeda americana à vista terminou com valorização de 0,17%, a R$ 3,3965; o dólar comercial ganhou 0,29%, a R$ 3,3960.
"Além da volatilidade do petróleo ter influenciado os negócios, investidores seguem cautelosos com o cenário político brasileiro", afirma Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor.
"O risco político é crescente, com gravação de conversa do presidente Michel Temer [feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero] e possíveis desdobramentos de delações premiadas de executivos da Odebrecht [na Operação Lava Jato]", afirma.
Apesar da alta do dólar, os juros futuros recuaram, com o mercado à espera de um corte da taxa básica de juros (Selic) nesta quarta-feira, quando termina a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. A maior parte das apostas se concentra numa redução de 0,25 ponto percentual da Selic, para 13,75% ao ano.
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Atualizado em 23/04/2024 | Fonte: CMA | ||
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