Produção industrial no Brasil cai 1,1% em outubro, diz IBGE
A produção industrial recuou 1,1% em outubro sobre o mês anterior, informou o IBGE nesta sexta-feira (2), após avanço de 0,5% em setembro. Esse é o pior resultado para o mês desde 2013, quando a produção apresentou perda de 1,5%.
A queda foi acima do esperado e o pior resultado para o mês em três anos, iniciando o quarto trimestre com mais um indício da fraqueza que marcou o ano todo, principalmente dos investimentos.
Sobre o mesmo mês do ano anterior, a produção apresentou queda de 7,3%, chegando ao 32º mês seguido no vermelho nessa base de comparação.
"A indústria está bem distante do patamar máximo, ela vem perdendo dinamismo e não sabemos onde isso vai parar. O setor industrial carece de estímulos", destacou o economista do IBGE André Macedo.
Produção industrial - Variação em %
Os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de recuo de 0,8% na variação mensal e de queda de 6,45% na base anual.
Em outubro, as perdas foram generalizadas entre as categorias analisadas. A produção de Bens de Capital, uma medida de investimento, apresentou queda de 2,2% sobre setembro, chegando a quatro meses consecutivos de recuos. Bens Intermediários caíram 1,9%, apagando o ganho de 0,9% visto no mês anterior.
Entre os 24 ramos pesquisados, 20 apresentaram perdas, com destaque para produtos alimentícios (-3,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5%).
A forte queda dos investimentos foi justamente um dos principais motivos para que a recessão brasileira tenha se aprofundado no terceiro trimestre, com o PIB (Produto Interno Bruto) encolhendo 0,8%.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimento, despencou 3,1% entre julho e setembro, a queda mais acentuada desde o último trimestre de 2015.
A confiança da indústria brasileira chegou a registrar leve alta em novembro com a melhora tanto das expectativas quanto da situação atual, de acordo com dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Entretanto, as perspectivas para o setor permanecem fracas, com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) apontando que a recessão econômica brasileira continuou prejudicando o fluxo de pedidos para a indústria em novembro e que o setor permaneceu em forte contração.
"Aquele ambiente de incerteza que há uns quatro meses se dissipou agora volta com força no presente e retrai todo mundo", completou Macedo, do IBGE.
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