Para BC dos EUA, política fiscal de Trump aumenta risco de inflação
Quase todos os membros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) entenderam que a economia pode crescer mais rapidamente por causa do estímulo fiscal sob o governo do presidente eleito Donald Trump. Muitos viam para aumentos mais rápidos das taxas de juros, de acordo com a ata da reunião de dezembro do Fed, divulgada nesta quarta-feira (4).
O documento mostrou quão amplamente as opiniões no Fed estão mudando em resposta às promessas d e Trump de reduções de impostos, gastos com infraestrutura e desregulamentação.
Tais mudanças poderiam impulsionar a inflação e criar um cenário de confronto entre o presidente que procura impulsionar o crescimento econômico e o Fed, que tem de evitar superaquecimento da atividade econômica.
Juros dos EUA - Evolução da taxa, em %
"Aproximadamente a metade dos membros incorporou a suposição de uma política fiscal mais expansionista em suas previsões", mostrou a ata da reunião de 13 a 14 de dezembro do Fed, referindo-se aos 17 membros que participaram.
"Quase todos também indicaram que os riscos para suas previsões sobre o crescimento econômico tinham aumentado", mostrou a ata.
O comitê do banco central elevou por unanimidade as taxas de juros no mês passado em 0,25 ponto percentual e os membros sinalizaram ritmo mais rápido de aumentos em 2017 do que o esperado anteriormente. Isso foi visto como a primeira reação do Fed à vitória de Trump nas eleições de 8 de novembro.
Mas a ata mostrou que os membros poderiam sinalizar um caminho ainda mais agressivo de aumentos dos juros se as pressões inflacionárias crescerem. Trump fez campanha com promessas de dobrar o ritmo de crescimento econômico dos Estados Unidos e "reconstruir" a infraestrutura do país.
A ata mostrou ainda que "muitos participantes consideraram que o risco de diminuição considerável da taxa normal de desemprego a longo prazo tinha aumentado um pouco e que o comitê poderia ter de aumentar a taxa de juros mais rapidamente".
Trump tomará posse em 20 de janeiro e ainda não descreveu detalhadamente seus planos de política econômica.
Os juros futuros sugerem que os investidores de Wall Street estão apostando que o Fed subirá as taxas em junho e só deverá subir duas vezes até o final do ano, de acordo com o CME Group.
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