Brasileiro chega ao Facebook unindo lado nerd e talento para comunicação
Bobby Yip/REUTERS | ||
Brasileiro Hugo Barra deixa Xiaomi para assumir área de realidade virtual no Facebook |
Era 1h30 quando a polícia chegou para dispersar a festa de formatura do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) no ano 2000.
Mais de 200 estudantes estavam na pista de atletismo da universidade, tomando cerveja e champanhe servidas por dois caminhões. Muita gente fugiu quando a polícia chegou, mas Hugo Barra, o presidente da turma naquele ano, foi detido enquanto estava "tentando dar partida em um dos veículos e fugir", segundo uma reportagem no jornal da universidade.
Passados 17 anos, Barra deixou as travessuras estudantis no passado e se tornou um dos mais admirados executivos no setor mundial de tecnologia.
Depois de ascender na hierarquia do Google e assumir um posto sênior na fabricante chinesa de smartphones Xiaomi, o engenheiro brasileiro foi escolhido agora para comandar a área de realidade virtual do Facebook.
"As pessoas que são muito inteligentes de verdade em geral são tediosas, mas ele tem estilo", diz Robin Chan, amigo de Barra.
Visitar a página de Barra no Facebook oferece um vislumbre desse estilo. Ele é visto andando de hoverboard no escritório da Xiaomi e posando para selfies coletivos com os "fãs da Mi" (adoradores dos aparelhos da empresa).
Nos três anos e meio em que comandou as vendas mundiais da empresa, Barra falou em hindi em lançamentos da Xiaomi e cantou caraoquê em chinês.
No entanto, amigos dizem que, apesar da personalidade gregária que exibe on-line, Barra é "uma pessoa tímida e muito carinhosa, mas excelente em apresentar e divulgar o que ele faz".
O talento para comunicação, somado à formação em engenharia, faz de Barra uma raridade no setor, em que nerds balbuciantes e especialistas em marketing bem falantes são em muitos casos espécies distintas.
As duas capacidades são vitais para o Facebook, já que, a despeito de bilhões de dólares de investimento na unidade Oculus VR, as vendas continuam fracas.
Chan, cofundador e presidente-executivo da Operator, uma empresa de comércio eletrônico de San Francisco que tem Barra como um de seus conselheiros, diz que o amigo tem a combinação certa entre visão e determinação necessária a levar a realidade virtual às massas.
No Google, onde no final de sua passagem comandava a área da plataforma Android para smartphones e outros aparelhos, "ele desenvolveu a reputação de ser um gestor fenomenal, muito cuidadoso", diz Chan.
"Ele não é uma pessoa fofa –tem um lado bem duro–, mas é capaz de levar o pessoal a novas alturas."
Contratar Barra em 2013 foi visto como grande vitória para a Xiaomi. No entanto, a despeito de ter encontrado sucesso na Índia, a empresa enfrentou dificuldades para manter seu crescimento inicial no mercado de origem.
Os esforços para conquistar espaço em outros mercados emergentes, como o Brasil, não avançaram muito.
Barra, de 40 anos, já estava ansioso por voltar à Califórnia quando Mark Zuckerberg começou a tentar atrai-lo para o Facebook.
"O que Hugo aprendeu em sua jornada na Xiaomi foi como construir um negócio com base em tecnologia ainda crua", diz Chan. Embora a realidade virtual ainda não tenha se tornado um sucesso comercial, "se há alguém capaz de fazê-lo, é ele".
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