Bolsa brasileira segue mau humor no exterior e cai 1,5%; dólar sobe a R$ 3,12
Benoit Tessier/REUTERS | ||
Foto de arquivo da Bolsa de Paris: mau humor no exterior pressionou em baixa Ibovespa |
A Bolsa brasileira refletiu o aumento da aversão a risco no exterior e recuou nesta segunda-feira (6), enquanto o dólar registrou leve alta e encerrou o dia cotado a R$ 3,12. O dia foi marcado pelo aumento da preocupação dos investidores com eleições na Europa e com o protecionismo nos Estados Unidos.
O Ibovespa teve queda de 1,48%, para 63.992 pontos. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 6,35 bilhões, levemente abaixo da média diária no ano, que é de R$ 6,99 bilhões.
A desvalorização da Bolsa brasileira acompanhou a queda dos mercados na Europa e nos Estados Unidos, causada pela preocupação dos investidores com as eleições na Europa —em especial na França, onde a líder da extrema-direita no país, Marine Le Pen, apareceu na primeira colocação em pesquisas de intenção de voto
Le Pen, que se lançou candidata neste domingo (5), possui um discurso nacionalista e anti-imigração semelhante ao do recém-empossado presidente americano, Donald Trump. Ela já afirmou que pretende realizar um referendo para definir se a França continua ou não na União Europeia, a exemplo do que o Reino Unido fez no ano passado e que determinou a saída do país do bloco europeu.
Em Londres, o índice FTSE-100 recuou 0,22%. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,22%. Em Paris, o CAC-40 perdeu 0,98%. Em Milão, o FTSE/MIB teve desvalorização de 2,21%. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,11%. Em Lisboa, o PSI-20 se desvalorizou 0,56%.
Os investidores também monitoram as políticas de Trump, após a Justiça americana impor nova derrota ao presidente americano ao manter liminar que derruba o decreto do republicano que veta a entrada de cidadãos de sete países de maioria islâmica, anunciado em 27 de janeiro.
"Há uma dúvida sobre quais políticas serão adotadas pelo novo governo dos Estados Unidos e qual o impacto na economia como um todo. Está se falando muita coisa, mas nada foi colocado em prática", afirma Marcio Cardoso, sócio-diretor da corretora Easynvest.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones caiu 0,09%. O S&P 500 teve queda de 0,21% e o índice da Bolsa Nasdaq se desvalorizou 0,21%.
Aqui, as ações de Petrobras, Vale e bancos pesaram sobre o índice. Os papéis preferenciais da Petrobras caíram 2,48%, para R$ 14,96. As ações ordinárias tiveram queda de 2,26%, para R$ 15,97. As ações da estatal acompanharam a desvalorização dos preços do petróleo no exterior. O barril do Brent, de Londres, recuou 1,78%, para US$ 55,80. O barril do WTI, de Nova York, teve queda de 1,39%, para US$ 53,08.
Os papéis preferenciais da Vale recuaram 1,41%, para R$ 28,60, e as ações ordinárias caíram 2,25%, para R$ 29,92. A mineradora informou que vai lançar papéis no exterior e usar o dinheiro para pagar títulos já emitidos e que vencem em março de 2018.
A empresa também prevê uma baixa contábil de US$ 1,2 bilhão com a venda de ativos de fertilizantes realizada no fim do ano, o que pode deixar em segundo plano o impacto positivo de preços mais altos do minério de ferro nos resultados líquidos da companhia.
As ações do setor financeiro fecharam o dia com desvalorização. Os papéis do Itaú recuaram 0,73%. As ações preferenciais do Bradesco perderam 2,07% e as ordinárias fecharam com queda de 2,03%. Os papéis do Banco do Brasil tiveram baixa de 2,49% e as units —conjunto de ações— do Santander Brasil caíram 1,21%.
DÓLAR
O dólar fechou em alta em relação ao real. O dólar à vista subiu 0,31%, para R$ 3,122. O dólar comercial teve alta de 0,06%, para R$ 3,126. Das 31 principais divisas internacionais, 19 perderam força em relação ao dólar nesta sessão.
Para Mauricio Nakahodo, economista do Mitsubishi UFJ Financial Group —holding do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil—, a tendência do real ainda é de se valorizar em relação ao dólar, principalmente pela perspectiva de entrada de recursos no país devido à captação de empresas brasileiras no exterior. Além da Vale, recentemente Embraer, Petrobras e JBS anunciaram emissões lá fora.
No cenário político, as notícias também ajudam na valorização do real. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sinalizou que vai trabalhar para aprovar a reforma de Previdência na Casa até junho.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em baixa nesta segunda. O DI com vencimento para abril recuou de 12,400% para 12,375%. Os contratos com vencimento em julho de 2017 passaram de 11,740% para 11,735%.
Os contratos para janeiro de 2018 se mantiveram estáveis em 10,820%, e os DI com vencimento em janeiro de 2021 saíram de 10,470% para 10,450%.
O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e termômetro de risco, caiu 0,47%, para 238,158 pontos.
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Atualizado em 18/04/2024 | Fonte: CMA | ||
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