Reforma para militares será parecida com a de civis, diz ministro
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta segunda (10) que o governo quer uma proposta de reforma da Previdência dos militares "mais próxima possível" dos termos propostos para o restante da população.
Com a proximidade dos debates sobre a reforma no Congresso, o governo reforçou o trabalho de defesa das mudanças.
Nesta segunda, Oliveira e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, participaram de evento no Rio para falar do tema.
Meirelles disse que o governo espera para a próxima semana o relatório da reforma da Previdência, que está sendo elaborado pelo deputado estadual Arthur Oliveira Maia (PPS/BA).
Ele disse que, após intensas negociações, espera um texto que sofra poucas modificações no Congresso.
"Não adianta sermos inflexíveis e depois inviabilizar a aprovação no Congresso", reforçou Oliveira, quando questionado sobre prejuízos à proposta do governo com o recuo em temas como regras de transição e benefícios.
A reforma dos militares será votada depois. Oliveira disse que o governo está em fase de elaboração da proposta e evitou adiantar detalhes.
"O objetivo é que seja o mais próximo possível (da reforma hoje em discussão), guardadas algumas peculiaridades da carreira militar", comentou.
PERDA DE DIREITOS
Meirelles e Oliveira argumentaram que a demora na aprovação da reforma da Previdência pode representar perda de direitos para a população no futuro.
"Se a reforma for postergada por mais dois ou três anos, será feita cortando direitos", afirmou o ministro do Planejamento.
Em sua palestra, Meirelles questionou um dos argumentos que vem sendo usado por opositores, segundo o qual a Previdência seria superavitária se o governo contribuísse com os recursos arrecadados pelo sistema de seguridade social.
"A seguridade social não é só a Previdência", contestou o ministro, citando outros gastos como saúde, o abono salarial e o seguro desemprego.
Oliveira lembrou que o déficit da seguridade chegou a R$ 258 bilhões em 2016.
Em ofensiva para convencer a população da necessidade da reforma, o governo quer contar com estudos de "organizações internacionais isentas", segundo Meirelles.
Ele disse que o Banco Mundial está concluindo um trabalho sobre o tema e que a OCDE (Organização para Cooperação para o Desenvolvimento Econômico) também fará um estudo.
"Não é questão de opinião ou de preferência. Se a reforma não for feita, a Previdência não será sustentável."
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