Pilotos e comissários ameaçam parar às vésperas de feriado contra reformas
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
Em 2011, aeronautas fizeram protesto no aeroporto de Congonhas |
Os aeronautas —pilotos e comissários de bordo— ameaçam parar nesta sexta (28), às vésperas do feriado de 1º de maio, em adesão ao movimento contra as reformas trabalhista e previdenciária, organizado pelas centrais sindicais.
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, assembleias com mais de mil funcionários decidiram, nesta segunda (24), pelo estado de greve. Nova assembleia está marcada para a tarde de quinta (27) para decidir se vão parar mesmo.
O diretor do sindicato, Adriano Castanho, afirmou que quatro pontos da reforma trabalhista atingem em cheio os aeronautas. Eles esperam que o governo e o relator da reforma trabalhista, Rogério Marinho (PSDB-RN), se sensibilizem com o seu pleito. Eles têm reunião com Marinho nesta terça (25).
O maior incômodo é com o trecho da reforma que cria o trabalho intermitente, que legaliza os turnos de 12 horas trabalhadas por 36 de descanso. O texto prevê o fim de legislações específicas, como a da categoria dos aeronautas.
"Há voos internacionais que têm mais de 12 horas. Não houve cuidado para verificar a viabilidade de se universalizar uma norma dessas", disse Castanho.
O sindicalista também afirma que a possibilidade de demissões por justa causa na falta de certificados ou habilitações também preocupa a categoria, uma vez que pilotos passam por testes para obter novos certificados a cada seis meses. Isso poderia abrir a porta a demissões em massa por justa causa.
Os dois outros temas alvo de queixa são os que tratam do tempo de validade do negociado sobre o legislado, de dois anos, e sobre a exigência de negociação em caso de demissões numerosas.
Os aeronautas também questionam a idade minima, na reforma da Previdência. Alegam que, aos 65 anos, pilotos não podem mais fazer voos internacionais. Porém, é raro que se chegue nessa idade com 49 anos de carreira, o que a reforma original exigiria para se aposentar com 100% do salário. O governo, no entanto, já acenou para a flexibilização dessa exigência.
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