Planalto espera que greve seja maior e mais radical que a de março
O governo Michel Temer considera que a greve geral marcada para esta sexta-feira (28) será relevante e maior que a ocorrida em março, quando houve paralisações de ônibus e metrô.
O Palácio do Planalto detectou aumento das adesões desde o início desta semana, com pico nos últimos dois dias, de acordo com monitoramento encomendado pelo governo.
Auxiliares do presidente admitem que será uma manifestação "de volume" e apostam em radicalização, com piquetes e bloqueio de acesso a aeroportos como o de Congonhas (SP) para que os protestos pareçam de mais impacto.
Temer escalou o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para dar declarações à imprensa desde cedo. O intuito é mostrar que o governo está monitorando os atos e em contato permanente com as secretarias de segurança nos Estados e que não aceitará violência ou clima de distúrbio total.
A avaliação inicial era que os protestos seriam restritos a grupos de esquerda, mas monitoramento interno mostrou tanto uma maior mobilização nas redes sociais como um maior engajamento de centrais sindicais.
A iniciativa apontou, no entanto, que os protestos devem se concentrar nos grandes centros urbanos, tendo pouca repercussão nos municípios de médio e pequeno portes.
PRESSÃO SOBRE A BASE
A expectativa aumentou o receio de crescimento da pressão sobre a base aliada contra a reforma previdenciária, criando o risco de traições entre parlamentares governistas na votação da proposta.
O cenário desfavorável chegou a ser apresentado ao presidente, que, segundo relato de um aliado, respondeu que "greve não é bom, mas é o que temos de passar".
Para evitar dar maior repercussão à paralisação, a ordem do presidente é para que a equipe ministerial adote agenda administrativa para demonstrar aspecto de normalidade, evite comentar publicamente as manifestações e defenda o direito à liberdade de expressão.
Ainda assim, o peemedebista irá cortar o ponto de servidores que faltarem ao trabalho para participar dos protestos.
A avaliação no Palácio do Planalto é que é melhor "esperar o calor da greve passar" antes de seguir o cronograma das mudanças na aposentadoria, ou seja, adiar em algumas semanas a votação da proposta.
O presidente avaliava viajar no dia da manifestação, mas decidiu permanecer em Brasília, onde acompanhará as mobilizações com ministros da área política.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 25/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,07% | 124.646 | (17h36) |
Dolar Com. | +0,29% | R$ 5,1640 | (17h00) |
Euro | +0,48% | R$ 5,541 | (17h31) |