Vendas no varejo do Brasil despencam e têm pior resultado em 14 anos
Rivaldo Gomes/Folhapress | ||
Supermercado Ruby, antigo Classe A, na zona leste de São Paulo |
A maioria dos economistas esperava um quadro ainda difícil para o varejo em março, mas não na intensidade verificada no mês retrasado.
Em março, as vendas no varejo recuaram 1,9% na comparação com fevereiro, a maior queda em 14 anos.
A perda em relação ao mesmo período do ano passado foi de 4%, chegando à 24ª taxa negativa consecutiva nessa base de comparação.
Mesmo em um cenário potencialmente mais favorável, de inflação em queda e juros mais baixos, a avaliação de economistas é que, com o desemprego em alta e o mercado de crédito ainda na lona, o varejo deve seguir sem reação expressiva.
Volume de vendas do varejo - Em %
Variação da receita nominal do varejo - Em %
PARA PIOR
Na comparação anual, porém, a percepção é que a revisão da metodologia da pesquisa feita pelo IBGE no início do ano acabou piorando algo que já não vinha bem.
No início do ano, o instituto recalculou os pesos dos setores que compõem a pesquisa mensal do comércio, o que fez com os números de janeiro e fevereiro fossem revisados, mas não toda a série.
"Mudaram a coleta de janeiro e fevereiro, mas não o passado e isso pode ter comprometido parte da qualidade da pesquisa, especialmente a comparação com o mesmo período do ano passado", diz Luis Afonso Lima, economista da Mapfre Investimentos.
Lima esperava queda de 3% em março sobre igual mês do ano passado —melhor do que a baixa de 4% divulgada.
Na avaliação de Lima, a tendência para o varejo permanece negativa, principalmente em razão do mercado de trabalho, com mais de 14 milhões de desempregados e do que chama de "empregado com cabeça de desempregado" —o indivíduo que não compra nada porque vê muita gente ao seu redor sem emprego".
Para o economista Alejandro Padrón, da 4E Consultoria, a questão metodológica pode ter feito a pesquisa se descolar da realidade.
O que mais chamou a atenção, diz o analista, foi a queda de quase 6% em março sobre fevereiro em supermercados, setor que responde por praticamente um terço da pesquisa e que puxou os números ruins. "Os indicadores das associações do setor apontam queda menor para o mesmo período".
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