CVM quer saber quando gestão da JBS soube de colaboração premiada
Danilo Verpa - 13.fev.2017/Folhapress | ||
CVM quer saber quando gestão da JBS soube de colaboração premiada |
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou à JBS que informe quando seus executivos e conselheiros souberam da colaboração premiada dos controladores Joesley e Wesley Batista. A exigência faz parte de investigação aberta pelo xerife do mercado financeiro sobre o caso, que gerou fortes reações no mercado financeiro.
No processo, a CVM questiona ainda a JBS sobre a data de divulgação de fato relevante sobre a colaboração, que ocorreu um dia após o vazamento de conversa gravada entre Joesley e o presidente Michel Temer. O objetivo é saber a razão da demora na divulgação.
O primeiro fato relevante sobre as colaborações —que envolvem outros cinco executivos da empresa, além dos irmãos Batista— foi divulgado às 20h18 de quinta (18).
Na noite desta quarta, a JBS defendeu que não poderia ter divulgado fato relevante antes da publicação de informações oficiais pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin.
A empresa diz que as colaborações premiadas eram até então sigilosas e "absolutamente" desconhecidas pela companhia, com exceção dos sete colaboradores.
Após o anúncio da colaboração premiada dos irmãos Batista, a CVM já abriu sete processos para investigar a JBS. Quer saber, entre outras coisas, se houve uso de informação privilegiadas em operações na Bolsa e com câmbio nos dias anteriores ao vazamento e quem são os donos da Blessed, minoritária da empresa que tem sede em paraísos fiscais.
A empresa tem um prazo de cinco dias úteis, contados a partir da última terça (23), para responder aos questionamentos, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1.000.
Em ofício entregue à CVM no início da noite desta quarta, a JBS defendeu que não poderia ter divulgado fato relevante antes da publicação de informações oficiais pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin.
A empresa alega que as informações sobre as colaborações premiadas eram até então sigilosas e "absolutamente" desconhecidas pela companhia.
"Ou seja, apenas os sete colaboradores conheciam, até a referida decisão do ministro Fachin no dia 18/05/2017, a existência de acordo de colaboração celebrado", diz a nota, alegando que qualquer comunicação da companhia antes disso seria "divulgar o que ainda é incerto".
A empresa ainda não se pronunciou sobre o questionamento feito a diretores e conselheiros.
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